Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs) realiza 2º Encontro Nacional de Serviços

Trabalhadores reafirmam luta contra a terceirização e alta rotatividade

Nos dias 3, 4 e 5 de agosto, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT) realizou o 2º Encontro Nacional de Serviços em Florianópolis (SC) com 52 participantes de 30 entidades diferentes (24 sindicatos, 5 federações e 1 Escola sindical) e 14 estados brasileiros.

No primeiro dia, o secretário de Relações Internacionais da CUT Nacional, João Felício, fez uma análise de conjuntura. Iniciando a sua fala, João parabenizou a Contracs pelo evento e pelas conquistas para o setor de serviços, ressaltando a participação e conquista obtida na Conferência Internacional do Trabalho da OIT que garantiu a criação de uma convenção seguida de recomendação para as trabalhadoras domésticas.

“Se antes o Brasil era chamado para falar de desigualdades sociais e problemas, hoje é chamado para contar às resoluções que deram certo. A esquerda sempre apoiou o fortalecimento do Estado e foi esta a postura adotada pelo governo Lula, o que possibilitou a concretização de diversas conquistas”, destaca o dirigente CUTista.

Na América Latina, a situação se repete e por viver esta situação atípica não foi afetada pela crise como acontecia antes. Desta vez, a região tem sido usada como exemplo de democracia e de modelo de fortalecimento do Estado.

Entre os motivos pelos quais o Brasil se saiu melhor da crise atual do que o governo FHC saiu de outras crises, como a crise da Rússia, está o aumento do salário mínimo nos últimos 7 anos, aumento do ganho real, do poder de compra e do crédito para a população.  Além disso, a diversificação da exportação da economia brasileira e a independência da economia dos EUA foram fatores preponderantes para sair da crise.

 

Projetos políticos
João Felício ressaltou que a categoria faz campanha salarial e se engana ao pensar que neste momento não está fazendo um paralelo com um projeto político que reflete com o modelo de Brasil que nós queremos. Por isso, se posicionar em relação a projetos antagônicos é se proteger, afinal o ganho é maior quando há crescimento econômico.

Neste sentido, é importante que o sindicato se posicione politicamente na sociedade de acordo com a forma com que vai conseguir obter ganhos e sobreviver sindicalmente.

Felício destacou a Plataforma do desenvolvimento criada pela CUT, que levanta as bandeiras e defende os projetos que estão de acordo com os planos da classe trabalhadora. “Como representante de categorias eu me sinto obrigado a me posicionar quanto a projetos antagônicos a favor daqueles que sejam favoráveis às categorias.”

Trabalho Doméstico
Mônica Valente, da Internacional de Serviços Públicos (ISP), ressaltou que o trabalho doméstico é o que mais cresce e se expande para outras áreas como a saúde na modalidade do home care. “É preciso combater a precarização e hoje vocês representam o setor que mais cresce no mundo (serviços), por isso o desafio é grande e vocês estão na altura desse desafio. A ISP está junto para contribuir e fortalecer para fazer de vocês uma grande organização sindical no Brasil e no mundo.”

Já o secretário de relações internacionais da Contracs e membro da direção nacional da CUT, Valeir Ertle, lembrou que as trabalhadoras domésticas não possuem os mesmos direitos que os outros trabalhadores. “A rotatividade e a exploração é muito grande no setor com carga horária alta e baixos salários e temos que articular para fortalecer a organização da categoria.”

A presidente da Contracs, Lucilene Binsfeld, destacou que ninguém faz nada sozinho e reforçou que todos juntos muito se pode fazer. “O desafio de resolver todos os problemas da categoria que estão na Contracs é o que nos une e nos faz mais forte. Temos que trabalhar juntos para que um setor ajude o outro.”

O presidente da CUT Estadual de Santa Catarina, Neudi Antonio Giachini, saudou a todos e afirmou ser um prazer recebê-los em seu estado. Neudi lembrou que todos os companheiros podem sempre contar com a CUT-SC. “Além do encontro dar conta dos nossos desafios e dificuldades também temos que dar conta dos projetos da sociedade que queremos.” lembrou o presidente.

 De CUT Nacional