Governo espanhol comemora redução de 31 pessoas no índice de desemprego

Mês de julho é tradicionalmente positivo em razão de empregos temporários no período de férias

O número de pessoas à procura de emprego na Espanha apresentou diminuição no mês de agosto pela primeira vez desde 2000, em comparação ao mesmo período nos anos anteriores. Os dados foram divulgados ontem (3) com euforia pelo Ministério do Trabalho e da Seguridade Social. Consecutivamente, é o sexto mês seguido em que o desemprego no país apresenta queda.

Em números absolutos, no entanto, o saldo positivo de agosto é quase irrelevante: apenas 31 pessoas a menos do que o mês de julho (equivalente a zero ponto percentual). O cálculo é feito através do número de espanhóis que buscam auxílio-desemprego.

Segundo o Ministério do Trabalho, o número de pessoas que solicitou esse auxílio recuou para 4.698.783. No entanto, apesar da queda de pedidos em relação a julho, na comparação com agosto do ano passado, os pedidos subiram 1,6%.

Deve-se ressaltar que o mês de agosto, tradicionalmente, registra diminuição de registrados como desempregados, pois, em julho, a contratação normalmente avança para o pico da temporada de férias, o que movimenta muito a atividade de turismo.

No segundo trimestre, segundo dados divulgados no final de julho pelo INE (Instituto Nacional de Estatísticas espanhol), o desemprego no país ficou em 26,3% da força de trabalho, o segundo maior na zona euro depois da Grécia.

No entanto, os números foram anunciados com muito entusiasmo pela secretária do direitista Partido Popular (PP, no poder desde 2011), María Dolores de Cospedal, que ressaltou “o melhor mês de agosto desde 2000” e os seis meses de queda no desemprego. No entanto, como o próprio INE concluiu, toda geração de emprego nos últimos meses se deveu à preparação para o período de férias (atualmente é verão na Europa). O verão acaba em 23 de setembro.

Cospedal não mencionou que o trabalho em tempo parcial obteve seu maior recorde, atingindo 343.565 pessoas, um aumento de 33%.

A secretária de Emprego, Engracia Hidalgo, destacou que os dados do desemprego e contratações em agosto permanecem com um “comportamento coerente com a evolução positiva de outros indicadores” econômicos, como a melhora das expectativas e da competitividade, “junto a um aumento na confiança da economia espanhola”.

 

Da Rede Brasil Atual