Milhares de italianos saem às ruas por mais empregos

Milhares de pessoas fizeram no sábado (18) em Roma uma passeata contra as políticas do governo italiano e exigiram ao novo primeiro-ministro, Enrico Letta, que abandone as medidas de austeridade e se concentre em criar empregos para tirar o país da recessão na qual se encontra.

Segundo o jornal “La Repubblica”, cerca de 100 mil pessoas (15 mil, segundo fontes policiais) se concentraram na Praça da República para a primeira grande manifestação com o novo governo de coalizão no poder.

A passeata, convocado pela Federação de Operários Metalúrgicos (FIOM) e apoiada por outros sindicatos e várias forças da esquerda, começou na Praça da República e seguiu rumo à praça de São João de Latrão. Durante o percurso, os participantes usaram palavras de ordem como “Não podemos esperar mais” ou “As fábricas sob o controle dos empregados”.

A manifestação exigiu uma mudança a favor da criação de empregos como prioridade frente a valores como o refinanciamento da dívida, segundo o líder da FIOM, Maurizio Landini.

De acordo com enquetes, a confiança na coalizão de Letta, do Partido Democrático (PD) com o Povo da Liberdade (PDL), do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, diminuiu, e tem uma porcentagem de aprovação de pouco mais de 30%.

Os manifestantes não deixaram de realizar o protesto nem mesmo após o novo governo aprovar ontem suas primeiras medidas atenuantes, começando pela suspensão temporária do pagamento da parcela de junho do imposto sobre o primeiro imóvel.

O Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei pelo qual fica suspenso o pagamento desta taxa à espera que, antes de 31 de agosto, este tipo de imposto seja reformado. Caso isso não ocorra, faria com que a parcela agora suspensa tenha que ser paga a partir de 16 de setembro.

Além disso, Letta anunciou 1 bilhão de euros para refinanciar o fundo público para os expedientes de regulação de emprego temporários, provenientes, entre outros, de fundos comunitários e cortes de despesa nos ministérios.

 

Da Agência EFE via Rede Brasil Atual