PIB brasileiro deverá crescer 4% em 2013, estima a Cepal
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deverá crescer 4% em 2013, estima a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) da Organização das Nações Unidas (ONU). A expectativa é de aceleração, já que para 2012 a entidade projeta avanço de 1,2% para a atividade do país. A estimativa para este ano já leva em conta o crescimento de 0,6% do terceiro trimestre, em relação ao segundo trimestre, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim de novembro.
Os números estão no documento “Balanço preliminar das Economias da América Latina e Caribe”, divulgado nesta terça-feira pela Cepal.
A aceleração da atividade, de acordo com o órgão, será consequência de “recuperação da manufatura e do investimento” no Brasil. Crescimento no comércio entre Argentina e Brasil também teria “efeito positivo sobre a atividade econômica de ambos”, segundo o texto.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira, que a aceleração do crescimento da economia brasileira poderá ser “facilitada” se o quadro global apresentar evolução positiva. “Claro que se a economia internacional tiver melhora, isso vai nos facilitar”, afirmou o ministro.
Se bater em 4%, o PIB brasileiro ficará em 2013 acima da média (3,8%) da região e em 11°, entre os 33 países com projeções da Cepal. O campeão de crescimento será o Paraguai, com alta esperada de 8,5% para o PIB, seguido por Panamá (7,5%) e Haiti (6%). A argentina ficaria com crescimento de 3,9% ano que vem.
O cenário projetado pela Cepal leva em conta a continuidade do baixo crescimento das economias na Europa, com recessões em alguns casos, “embora, ao mesmo tempo, possam surgir acordos que permitam superar gradualmente os atuais desequilíbrios financeiros, fiscais e de competitividade”.
Já nos Estados Unidos “aumentaram as probabilidades de um acordo na área fiscal, embora parcial, ao mesmo tempo em que se ratificou a intenção de manter uma política fiscal expansionista”, analisa o documento. Caso os EUA se desviem para pior do que o cenário traçado, os países que mais sofrerão serão México, América Central e o Caribe.
Para a China, a expectativa é que o PIB tenha expansão igual ou maior do que em 2012, embora a entidade não aponte nenhum número. A Cepal pondera que os chineses precisam “aumentar o consumo interno mantendo as pressões inflacionárias sob controle, e, ao mesmo tempo, recuperar o crescimento de suas exportações”.
Em caso de desaceleração da China ou continuidade da recessão na Europa, os países da América do Sul serão os mais atingidos. Alta no preço do petróleo teria efeito variado, dependendo da balança comercial de cada país em relação à commodity. Mas a Cepal também leva em conta possível impacto das instabilidades geopolíticas no preço do petróleo.
Do Valor Econômico com Agência Estado