Suicídios provocados por despejos geram revoltas na Espanha

No último dia 9, sexta feira, no Comício Internacional “Vencer a Troika”, organizado pelo Bloco de Esquerda, no Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso, Cayo Lara, coordenador da Izquierda Unida, falou dos efeitos brutais da austeridade também em Espanha.

Cayo Lara recordou que o desemprego atinge 1 em cada 4 pessoas, dos quais 53% são jovens, e que, por dia, 513 famílias são despejadas, porque as famílias, vítimas do desemprego, deixam de ter condições para cumprir os contratos de crédito e deixam de pagar as prestações. Os despejos atingem já mais 400 mil famílias e têm levado várias pessoas ao desespero. Cayo Lara relatou o caso de Amaya Egaña, que ontem se suicidou, em Barakaldo, atirando-se da janela da sua casa, momentos antes de ser executada a sua ordem de despejo.

Neste sábado, várias agências bancárias do País Basco amanheceram com a palavra ASSASSINOS pintada nos vidros. As pinturas não se circunscreveram à localidade onde ontem ocorreu a tragédia, mas repetiram-se também por entidades localizadas em Bilbao e em San Sebastian, onde esta manhã a agência do banco La Caixa, onde Amaya Egaña tinha contraído o seu empréstimo exibia em letras vermelhas, a palavra Assasinos.

A Plataforma “Stop Desahucios” (parem os despejos), emitiu um comunicado exigindo que a morte de Amaya Egaña não fique impune. A Plataforma exigiu que se respeite a dor da família da falecida, que nos anos 80 foi vereadora socialista em Eibar, e apelou aos políticos para que estabeleçam, imediatamente, uma moratória para que não se execute mais nenhum despejo.

Marta Uriarte, porta voz do coletivo na Bizkaia, recordou as centenas de pessoas que ontem se concentraram em Barakaldo, em homenagem à falecida e em protesto contra os despejos. Marta Uriarte apelou à cidadania, para que se unissem esforços, agora mais do que nunca, em memória de Amaya, em torno da exigência do fim dos despejos.

 

Do Esquerda.Net