Grécia convoca greve geral nos dias 6 e 7

As centrais sindicais gregas ADEDY e GSEE convocaram uma greve geral de dois dias para 6 e 7 de novembro, contra o novo plano de austeridade que pretende aprovar mais cortes de 13,5 mil milhões de euros. As novas medidas, bem como o Orçamento de Estado para 2013, serão votados na próxima semana. Uma reunião do Eurogrupo marcada para dia 12 vai decidir se a Grécia receberá uma nova tranche do empréstimo do segundo resgate, de 31,5 mil milhões.

Em comunicado, a GSEE afirmou que a greve é a resposta “às medidas bárbaras, antilaborais, antissociais e ineficazes que serão votadas no Parlamento grego”. As medidas, afirma a central, empobrecem os trabalhadores, pensionistas, desempregados, vendem os bens e empresas públicas e “causam a explosão do desemprego e da recessão sem promover a salvação da economia e do país”.

Haverá manifestações nos dois dias, sendo a do dia 7 diante do Parlamento.

Não está ainda claro o que estas centrais farão na jornada europeia de 14 de novembro, na qual já afirmaram que participariam.

Gabinete já está à beira da crise
Na quarta-feira, o Parlamento grego aprovou na generalidade uma nova lei de privatizações, por 148 votos a favor e 139 contra, com seis abstenções. O resultado foi transmitido ao vivo pela TV, no dia em que os jornalistas faziam uma greve de protesto, deixando o país sem notícias.

Teoricamente, o governo da Nova Democracia, do PASOK e da Esquerda Democrática tem uma maioria de 176 deputados no Parlamento de 300, mas muitos deputados não seguiram a disciplina partidária, entre eles 17 do PASOK. Um artigo da lei, que fundia o serviço de saúde dos jornalistas com o Serviço Nacional de Saúde, foi mesmo rejeitado.

O PASOK fez em seguida uma reunião de emergência. “Hoje no Parlamento éramos como um rebanho perdido”, disse o deputado Nikos Sifounakis, citado pelo Ekathimerini. “Se continuarmos assim, as medidas não vão ser aprovadas. O governo e o PASOK vão entrar em colapso”.

No final da reunião, o deputado Michalis Kassis anunciou que saía do partido e que se mantinha no Parlamento como independente, acusando alguns dos seus ex-camaradas de só apoiar o primeiro-ministro Antonis Samaras porque querem ser ministros.

Nesta quinta-feira, a ex-ministra e secretária do PASOK Mariliza Xenogiannakopoulou anunciou a saída do partido em protesto contra as medidas de austeridade. As últimas sondagens colocam o PASOK em 6º lugar.

 

Do Esquerda. Net