Manifestantes se reúnem no centro de Madri contra crise
Milhares de pessoas são esperadas nesta terça-feira em Madri para um protesto que pretende cercar o Parlamento da Espanha contra as medidas de austeridade impostas pelo governo de Mariano Rajoy.
A manifestação está marcada para as 16h30 locais (12h30 em Brasília), mas alguns espanhóis já se concentravam nas praças de Atocha e Espanha, sendo vigiadas por dezenas de policiais de tropas de choque.
Os militantes presentes nos dois atos seguirão em direção ao Parlamento, cujos acessos estão fechados desde a noite de ontem pela polícia, que, por sua vez, também estabeleceu um amplo cordão de segurança no local.
Participantes do protesto acusaram a polícia de deter ônibus de manifestantes que se dirigiam a Madri, mas os agentes afirmaram que apenas faziam vistoria aos ocupantes dos veículos.
Apesar do protesto, o Congresso funciona normalmente e nesta tarde será realizada uma sessão plenária. Outras manifestações estão previstas para Barcelona, Tenerife, Pamplona, Palma de Mallorca, Málaga, Sevilla, Valencia, Valladolid y Zaragoza, além das embaixadas em Paris, Berlim e Londres.
CRIME
Apesar dos atos, a delegada de governo de Madri, Cristina Cifuentes, advertiu que não vai permitir que o Congresso seja cercado, o que considera ser um crime.
Ela comparou a ação com a jornada de 23 de fevereiro de 1981, quando houve uma tentativa de golpe de Estado.
A vice-secretária-geral do PSOE, Elena Valenciano, assinalou que a comparação, “além de ser uma barbaridade em termos políticos, é totalmente falsa”.
O ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, defendeu o direito de manifestação, mas disse que um confronto com a soberania nacional suporia “uma agressão ao sistema democrático”.
Por sua parte, a Esquerda Plural pediu que não “coibissem” os manifestantes no protesto e disse que os membros de seu partido não se sentem “ameaçados e impedidos” de fazerem seus trabalhos parlamentares.
Da Folha de S. Paulo