Greve ameaça Hyundai nos EUA e abre dúvida sobre fábrica no Brasil
A greve na Coreia do Sul deixou a Hyundai sem veículos para vender no importante mercado dos Estados Unidos justamente quando concorrentes como a Toyota recuperam o espaço que haviam perdido.
As disputas trabalhistas já encerradas nas fábricas sul-coreanas –que respondem por quase metade dos carros que a montadora vende nos EUA– ameaçaram esfriar o crescimento da Hyundai e levaram a questionamentos sobre se houve erros na estratégia de expansão da companhia, que em outubro abrirá uma fábrica no Brasil.
A sul-coreana foi a única montadora a ganhar mercado nos EUA durante a crise de 2009, mas sua participação caiu para 4,8% em agosto, contra 5,5% um ano antes e 5,4% em julho.
“Ganhamos toda essa força e, se perdermos parte desse mercado, agora será muito mais difícil recuperar”, disse o presidente da Lester Glenn Auto Group e conselheiro da montadora nos EUA, Adam Kraushaar.
Em apenas 21 dias, a Hyundai passou a ter o menor estoque de veículos nos EUA entre as grandes montadoras, o equivalente à metade da Toyota e 25% da General Motors, segundo a própria fabricante, citando dados da Automotive News.
As vendas totais da Hyundai caíram 4,6% em agosto na comparação com mesmo período do ano passado, a primeira queda em mais de três anos.
A Hyundai abriu este ano sua terceira fábrica na China e iniciará em novembro as operações na unidade brasileira. A montadora não planeja abrir outras fábricas.
“Queremos voltar ao básico”, disse o porta-voz Brian Sir à Reuters. “Abrir mais fábricas para aumentar as vendas não é nosso maior objetivo. O maior objetivo é nos tornar a marca de preferência. Por isso, não temos nenhum plano de abrir nova fábrica nos Estados Unidos”.
Da Reuters