Grécia demite diretor de estatal que se recusou a cortar salários

O governo grego demitiu ontem o diretor da produtora estatal de níquel, a Larco, por se recusar a reduzir os salários dos trabalhadores. É o primeiro chefe de companhia estatal a perder o emprego por se opor a medidas de corte de custos. O Ministério das Finanças declarou em um comunicado que foi pedido ao presidente e chefe executivo da Larco, Anastasios Barakos, que renunciasse por ignorar a lei.

“Ele não aplicou a legislação que exige a redução de salários por todo o setor público”, afirmou o ministério. Barakos não foi localizado para comentar a demissão. A Larco é uma das maiores produtoras mundiais de níquel.

Autoridades do ministério disseram que todas as estatais foram informadas em 2011 que deveriam reduzir a folha de pagamento em 35% nos próximos dois anos, com 25% no primeiro ano, em sintonia com as reduções nos serviços civis de base.

Eles disseram que Barakos respondeu que a companhia não deveria ser incluída na lei e se recusou a fazer os cortes.Estatais normalmente pagam salários mais altos que o setor principal do Estado. Uma das metas da coalizão do governo para cumprir os compromissos com os credores internacionais é fechar, unificar ou privatizar essas companhias.

Dados divulgados ontem mostraram que a taxa de desemprego da Grécia escalou para um novo recorde em maio.

Ajuda
A Grécia espera receber a próxima parcela de ajuda internacional imediatamente após os credores darem o veredicto final sobre os avanços que o programa de resgate impôs como condição. A informação foi dada ontem pelo vice-ministro das Finanças, Christos Staikouras. O veredicto dos credores deve sair em meados de setembro.

O país não está em dia com as metas do programa de resgate e pode ficar sem dinheiro dentro de semanas se não receber a próxima parcela da ajuda.

Da Reuters, via O Estado de S. Paulo