Alemanha, França, Itália e Espanha tentam acordo sobre crise

Os líderes de Alemanha, França, Itália e Espanha tentarão nesta sexta-feira (22) em Roma encontrar um acordo para recuperar a confiança na zona do euro antes da cúpula da União Europeia na próxima semana, que o primeiro-ministro italiano, Mario Monti, disse ser um momento decisivo. Manifestantes usando máscaras dos líderes dos países protestavam em frente ao Palácio de Chigi, em Roma.
 
A reunião desta sexta-feira tem o objetivo de buscar caminhos para alcançar uma união fiscal e bancária e, de maneira mais urgente, pode ser quando a Espanha pedirá formalmente até 100 bilhões de euros para ajudar os bancos do país.
 
Nesta quinta-feira (21), a agência de classificação de risco Moody’s reduziu as notas de risco de 15 grandes bancos com atuação global, apontando que os mesmos têm “exposição significativa à volatilidade e risco de grandes perdas decorrentes das atividades do mercado de capitais”. Tiveram seus ratings afetados instituições como o Bank of America, Credit Suisse e HSBC.
 
Custos de empréstimos perigosamente altos para Espanha e Itália recuaram um pouco devido às expectativas no mercado de iniciativas políticas na cúpula em Bruxelas em 28 e 29 de junho. Se a reunião não tiver sucesso, os dois países podem ficar ainda mais perto de precisarem de resgates soberanos.
 
Sem um resultado satisfatório, “haveria ataques especulativos progressivamente maiores a países específicos, com tormentos aos países mais fracos”, disse Monti, em entrevista reproduzida em vários jornais europeus antes da reunião desta sexta-feira.
 
“Uma grande parte da Europa teria que continuar a tolerar taxas de juros bastante altas, o que impactaria nos Estados e indiretamente nas empresas. Isso é exatamente o oposto do que é necessário para crescimento econômico”, completou Monti.
 
Uma auditoria divulgada na quinta-feira mostrou que os bancos espanhóis precisariam de até 62 bilhões de euros em capital extra para enfrentar as circunstâncias adversas.
 
A expectativa é de que a chanceler alemã Angela Merkel resista a qualquer pressão de Monti e líderes de França e Espanha para políticas fiscais menos rigorosas na zona do euro ou para a emissão de títulos comuns.

Da Reuters