Trabalhadores turcos lutam para ter direito à greve

Sindicalistas turcos visitaram o Sindicato nesta sexta-feira (1/6)


Foto: Dino Santos

Fazer greve para recuperar o direito de fazer greve. Essa é a realidade de boa parte dos trabalhadores na Turquia, país que fica entre a Europa e a Ásia. Além disso, os poucos que ainda têm o direito de greve por lá podem perdê-lo no dia seguinte por ordem do governo.

No dia 29 de maio, trabalhadores nas empresas aéreas turcas realizaram uma grande paralisação contra proposta do parlamento de anular o direito de greve da categoria.

Segundo Ibrahim Dogangul, secretário de finanças do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Petróleo, da Química e da Borracha da Turquia (Petrol-Is), várias categorias não podem fazer paralisações, entre elas os trabalhadores na área de petróleo, química, energia, bancos, saúde e educação.

Ibrahim e mais quatro sindicalistas turcos visitaram a Sede do Sindicato nesta sexta-feira (1/6) e depois conheceram a TVT e o ABCD Maior. Eles estão no Brasil para ver como funcionam as relações de trabalho no País e participar de um intercâmbio entre trabalhadores do setor químico.

“Aprendemos aqui que todos precisam saber que ser sindicalizado é algo positivo e que também os trabalhadores precisam se unir e mirar a conquista do governo”, disse Ibrahim Dogangul.

Nos últimos sessenta anos, os turcos presenciaram quatro golpes de estado. As relações de trabalho pioraram depois do golpe ocorrido em 1980, segundo o dirigente.

“Desde então perdemos muitos direitos e as dificuldades aumentaram para os trabalhadores. E o governo tenta acabar com o resto de direitos que sobraram”, relata. “Ainda temos o fundo de garantia, mas o governo quer arrancar isso também”.

Para driblar as proibições de greve feitas pelo governo, os trabalhadores vão para as ruas e se apóiam em acordos internacionais ratificados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que garantem o direito de paralisação.

Da Redação