Estudantes chilenos enviam carta a presidente, que enfrentará uma greve geral

Os dirigentes da Confech (Confederação dos Estudantes do Chile), que agrupa 25 entidades universitárias, entregaram nesta terça-feira (23/08) na sede do governo chileno, o Palácio La Moneda, uma carta ao presidente Sebastián Piñera pedindo que ele se pronuncie sobre 12 pontos chaves do setor educacional. Ao mesmo tempo, outros setores sindicais do país se preparam para uma greve geral, enquanto o governo estuda medidas para criminalizar os movimentos.

A partir da resposta do presidente, a organização estudantil decidirá se deve dialogar com o Poder Executivo para encontrar uma solução para as demandas estudantis. As manifestações a favor da reforma já duram cerca de três meses no país.

Para a presidente da Fech (Federação de Estudantes da Universidade do Chile), Camila Vallejo, o documento é “um pedido” ao chefe de Estado. “Queremos saber se ele realmente vai ter vontade de entender a educação como um direito social universal e não como um bem de consumo”.

Entres os pontos listados, os estudantes pedem que Piñera se pronuncie sobre a eliminação do banco privado no processo de financiamento da educação; o fim do lucro no sistema educacional; e a garantia de que as instituições irão promover uma educação de qualidade.

O presidente da CUT (Central Unitária de Trabalhadores) do Chile, o socialista Arturo Martínez, por sua vez, confirmou a realização de uma greve nacional de 48 horas no país, declarando que a mobilização começa nesta terça-feira (23/08) por meio de panelaços que terão início às 20h (21h no horário de Brasília).

Greve geral
Em meio à onda de protestos estudantis, os trabalhadores chilenos organizaram uma greve geral para pedir uma mudança na legislação trabalhista e uma reforma tributária.

Piñera disse sentir dores ao “ver como alguns trabalham para que o Chile se paralise” e que está sendo estudada a aplicação da Lei de Segurança Interior do Estado. A norma considera crime de desacato atos como injúria, calúnia e difamação quando prestados contra altas autoridades, como o presidente e seus ministros.

Como resposta, Martinez afirmou que o governo começou a ameaçar e criar, “de forma desesperada”, um clima de criminalização referente à mobilização.

Do Opera Mundi