Grécia enfrenta dia de greve
Os serviços públicos da Grécia estão paralisados por uma greve de 24 horas convocada pelos dois maiores sindicatos gregos
Manifestantes gregos entraram em confronto com a Polícia durante protestos para impedir a aprovação de um novo pacote de austeridades para o país. Milhares de ativistas tentaram cercar o Parlamento, dificultando o acesso dos políticos, que votarão nesta quarta-feira medidas para aumento de impostos e corte de gastos públicos.
Trabalhadores do país anunciaram greve geral de 24 horas nesta quarta-feira 15. O pacote deve gerar economia de 6,5 bilhões de Euros neste ano e possibilitariam a liberação de 12 bilhões de Euros pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os protestos são encabeçados pelas principais centrais sindicais da Grécia e pelo Movimento Indignado, que está há 21 dias acampados no ponto central de Atenas.
A terceira greve-geral do ano paralisa a circulação de trens e navios. Permanecem fechados os bancos, ministérios, creches, empresas estatais em via de privatização. Hospitais atenderão apenas casos de emergência, veículos da imprensa estão parados, o transporte será interropido por algumas horas e o comércio em Atenas fechará mais cedo.
O governo socialista apresentou derrotas dentro de seu próprio quadro, com a saída de do deputado George Lianis do partido e parlamentares que se negam a votar a favor das mudanças. Com 156 das 300 cadeiras da Câmara, o primeiro-ministro grego, George Papandreu afirmou, ao defender as medidas, que os gregos querem evitar uma bancarrota desastrosa que minará o futuro do país. Lianis, que se tornou independente, afirmou que para aprovar pacote, ele teria de ser cruel como um tigre.
O último pacote aprovado pretende acrescentar 78 bilhões de Euros às contas do Estado através de privatizações, cortes salariais, fechamento de empresas públicas e aumentos de impostos.
Da Carta Capital