Mercado estadunidense de autos ressurge das cinzas

Mais do que uma simples recuperação, o mercado estadunidense inicia um processo de redenção no setor automobilístico, conforme análise do portal expansion.com, que faz projeções otimistas, principalmente pelo grande investimento do governo para que as fábricas não fossem à bancarrota. Bilhões de dólares foram injetados no setor, que inicia uma recuperação espetacular.

A GM anunciou investimento de US$ 2 bilhões em 17 fábricas para montar e produzir componentes nos Estados Unidos. Com este investimento foram garantidos quatro mil postos de trabalho, mantendo empregos que estavam prestes a acabar, além de criar outros.

Estudos feitos pelo Centro de Pesquisa Automobilística, uma organização independente com sede no estado de Michigan, este investimento da GM gerará, de maneira indireta, cerca de 8,6 mil postos de trabalho e ainda adicionará cerca de US$ 2,9 bilhões no PIB do país.

O portal Expansion.com salienta ainda que a GM só está fazendo este investimento porque o dinheiro está entrando nos cofres da empresa. O resultado trimestral da empresa no último trimestre foi de US$ 3,151 milhões, um dos melhores da história da GM. Em 2010 o lucro foi de US$ 4,688 milhões.

Não se deve esquecer que isso ocorre apenas três anos depois do pedido de falência, da demissão de milhares de trabalhadores e da injeção estatal de US$ 60 milhões. Hoje a GM emprega 205 mil pessoas no mundo, sendo 97 mil nos Estados Unidos.

A expectativa do setor é que neste ano serão vendidos no mercado estadunidense 13 milhões de veículos, algo muito próximo do que foi vendido em 2008, quando chegou a 13,2 milhões. Mas ainda longe dos 17 milhões que se vendia antes da crise.

Ford e Chrysler estão no mesmo caminho. A Ford, única das grandes que não precisou de dinheiro alheio para se manter, teve lucro de US$ 6,561 bilhões de dólares em 2010 e nos três primeiros meses deste ano já chegou a US$ 2, 551 bilhões.

A Ford tem hoje 76 mil empregados nos Estados Unidos, mais do que tinha em 2008 e anunciou mais sete mil contratações para os próximos anos.

A Chrysler, a menor das três, voltou a ser rentável no último trimestre (veja matéria), o que não acontecia desde 2006. A empresa, que é controlada pela Fiat, teve um lucro de US$ 116 milhões no trimestre e espera bons resultados para o resto deste ano. O Grupo Chrysler contratou 4,3 mil trabalhadores em 2010, terminando o ano com 51.600 empregados nos Estados Unidos.

O vigor do mercado estadunidense, combinado com a queda das vendas no Japão, por causa do terremoto/tsunami, deve levar a GM a recuperar a liderança mundial perdida para a Toyota.

Do blog Mundo em Movimento (Joel Leite)