Palestinos aplaudem solidariedade do Brasil ao reconhecer Estado

A OLP (Organização pela Libertação da Palestina) considera a decisão do governo brasileiro de reconhecer o Estado palestino nas fronteiras de 1967, anunciada nesta sexta-feira (3/12), como uma prova de “solidariedade” e uma “resposta não violenta ao unilateralismo israelense”.

“Quero agradecer ao meu amigo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por cumprir sua palavra de pôr a solidariedade em ação e dar uma resposta não-violenta ao unilateralismo israelense”, afirmou o dirigente palestino Nabil Shaaz.

Membro do comitê central do Fatah (facção majoritária na ANP) a cargo das relações internacionais e ex-ministro das Relações Exteriores palestino, Shaaz vê também na decisão um “reflexo da histórica amizade e da fraternidade entre os povos brasileiro e palestino”.

“Trata-se também de uma confirmação do importante papel do Brasil na comunidade internacional”, conclui a declaração, divulgada pouco depois que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou o reconhecimento em comunicado.

Lula transmitiu a decisão por carta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, na quarta-feira passada. O reconhecimento foi uma resposta à solicitação realizada por Abbas em 24 de novembro e, segundo o Itamaraty, é uma posição “coerente” com as resoluções das Nações Unidas.

“A decisão não implica abandonar a convicção de que são imprescindíveis as negociações entre Israel e Palestina, a fim de que se alcancem concessões mútuas sobre as questões centrais do conflito”, destaca a nota.

Com a medida, o Brasil se soma a uma lista de mais de 100 países que reconhecem o Estado palestino que inclui todos os árabes, a grande maioria da África, boa parte dos asiáticos e alguns do leste da Europa.

Onda de reconhecimentos
O porta-voz oficial do departamento de assuntos relacionados com a Negociação da OLP, Xavier Abu Eid, revelou à agência de notícias espanhola Efe que outros sete países latino-americanos se mostraram dispostos a reconhecer a independência palestina nas fronteiras de 1967 no momento adequado.

“Esperamos que a decisão do Brasil dê origem a uma onda de reconhecimentos latino-americanos, como a que houve após 1988 (por ocasião da Declaração de Independência Palestina) em outras partes do planeta”, afirmou.

Desde 1975, o governo brasileiro reconhece a OLP como “legítima representante do povo palestino” e em 1993 abriu sua primeira sede diplomática em território palestino, cujas atribuições foram equiparadas às de uma embaixada cinco anos depois.

Do Opera Mundi