Em meio à crise da dívida, xenofobia avança na Europa

Um dos desdobramentos mais perigosos da crise mundial do capitalismo é a exacerbação da intolerância e da xenofobia propagadas por organizações de direita e extrema direita, cuja influência é crescente nos EUA e Europa. Reflexo disto foi a aprovação domingo (28) na Suíça, em referendo, de um projeto de lei que prevê a expulsão automática de estrangeiros condenados.

Foram 52,9% por cento de votos a favor, numa sinalização clara do avanço da xenofobia. A proposta é de autoria do UCD, o partido de extrema-direita que se tornou nos últimos anos no maior da Suíça, e não leva em conta sequer a gravidade dos delitos.

Imagem infeliz
O “não”, ou seja, a rejeição ao projeto xenófobo, ficou 47,1% dos votos. Uma contra-proposta apresentada pelo governo, prevendo que cada caso de deportação fosse analisado por um juíz, foi recusada por 54,2% dos eleitores. Só os eleitores de cantões de maioria francófona não disseram “sim” ao texto.

A maioria dos suíços aprovou, assim, uma iniciativa que prevê a expulsão automática dos estrangeiros condenados por crimes que vão desde a violação ao “abuso de ajudas sociais”. Trata-se de uma proposta do UCD, o partido de extrema-direita que se tornou nos últimos anos no maior da Suíça.

Nos cartazes do UDC aparecia um grupo de ovelhas brancas que chutava para fora da bandeira helvética uma ovelha negra. Imagem infeliz e xenófoba (também conhecida em Portugal, nos cartazes do PNR, o partido de extrema-direita português).

Reacionarismo
A deportação de estrangeiros condenados já é possível no país segundo determinadas condições, mas o novo projeto de lei prevê a expulsão automática sem ter em conta a gravidade dos delitos.

A contra-proposta lançada pelo governo amenizava a iniciativa xenófoba, pois considerava a gravidade dos crimes e o tempo da pena a que cada estrangeiro foi condenado na decisão de expulsão. Mas foi rejeitada pela maioria dos eleitores.

O fato parece dar razão à observação de Lênin, líder da revolução russa, de que o sistema capitalista, em sua fase imperialista, tende ao reacionarismo político em momentos de crise. A Segunda Guerra Mundial foi expressão disto. Filhote da crise, o nazifascismo era orientado por uma ideologia xenófoba, que culminou no maior e mais global conflito armado entre as nações. Uma guerra que ceifou mais de 70 milhões de vida. O avanço da xenofobia pode conduzir o capitalismo a novos crimes e tragédias.

Do Vermelho, com agências