Em votação, Assembleia Geral da ONU pede fim do embargo a Cuba
A Assembleia Geral da ONU votou nesta terça-feira (26/10) por a favor de uma resolução que pede que os Estados Unidos ponham fim ao embargo econômico de cinco décadas contra Cuba. Foram 187 contra 2, .
O documento alcançou apoio quase unânime dos 192 países que integram a ONU. Os dois contrários foram EUA e Israel e houve 3 abstenções (as Ilhas Marshall, Palau e Micronésia).
Segundo dados oficiais de Cuba, o embargo imposto há 48 anos causa prejuízos que somavam cerca de 751,3 bilhões de dólares até dezembro de 2009. Para as autoridades cubanas, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não demonstra boa vontade em recuar na adoção do embargo. É a 19ª assembleia consecutiva da Organização das Nações Unidas convocada para analisar o pedido de Cuba.
Nas ocasiões anteriores, a maioria dos membros da ONU apoiou o fim do embargo a Cuba. Em setembro, durante a 65ª assembleia geral, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou o bloqueio norte-americano. A atitude do governo do Brasil é sempre lembrada pelos cubanos.
“O Brasil foi o primeiro país a interferir. Esperamos que, amanhã [hoje], como o Brasil, um bom número de países se manifeste”, afirmou o embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora.
“Para nós, o bloqueio deve ser suspenso de forma unilateral e imediata. [Foi] um bloqueio feito por vontade própria e por força [dos Estados Unidos] e constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento econômico e social de Cuba”, disse. “É inconcebível que dois países vizinhos [Cuba e Estados Unidos] não possam ter relações econômicas, comerciais e culturais”, concluiu.
Depois de 48 anos sob embargo, Cuba tenta evitar o agravamento da crise no país ao anunciar a abertura do mercado de trabalho, a demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos e a aproximação da União Europeia.
O bloqueio envolve restrições econômicas, financeiras, políticas e diplomáticas. A votação nas Nações Unidas ocorre um dia depois da decisão de reestabelecer as relações políticas e diplomáticas com Cuba definida pelos chanceleres da União Europeia.
Do Opera Mundi