Sindicatos participam de rede global para melhorias na Gerdau

Novamente os sindicatos exigem encontros para a melhoria da saúde e segurança na Gerdau após relatórios sobre a política da empresa para ocultar os acidentes por meio do retorno dos trabalhadores antes mesmo de serem capazes de trabalhar

O 4 º Encontro Internacional dos Trabalhadores do Conselho Mundial da Gerdau foi realizada em Bilbau e Reinosa, na Espanha, de 5 a 7 de outubro. Os sindicatos que participam da reunião, realizada nas cidades onde as duas maiores usinas da Gerdau, aproveitaram a ocasião para chamar a atenção dos governos locais para as enganosas práticas de responsabilidade social da empresa.

O Conselho mostrou aos governos locais como a Gerdau utiliza seus vastos recursos para melhorar a sua imagem, substituindo as funções do Estado, e, mais tarde relembra seu investimento pagando menos impostos. Os prefeitos das duas cidades estavam interessados nestas iniciativas e, em particular, o prefeito de Reinosa, José Miguel Barrio, disse que “a Gerdau é a dona”, mas a planta “pertence a todos nós, porque muitas gerações de nossas famílias têm trabalhado para tornar esta planta bem sucedida.”

O Conselho debateu novamente as políticas de saúde e segurança da Gerdau, especialmente após a morte de um trabalhador em um acidente de trabalho ocorrido em 5 de setembro de 2010, em Basauri. Em particular, todos os participantes compartilharam suas histórias de como a Gerdau omite acidentes fazendo as pessoas voltarem ao trabalho mesmo quando elas ainda são incapazes de trabalhar. A Gerdau somente conta como acidente no local de trabalho quando os trabalhadores não podem voltar para ao posto, e os trabalhadores terceirizados não estão incluídos nas estatísticas da empresa, mesmo quando são vítimas em alguma usina da Gerdau.

A meta da empresa é dizer “não há nenhum acidente aqui porque o trabalhador está de volta ao trabalho”. O Conselho viu o truque em ação durante uma visita à fábrica da Gerdau em Reinosa. Na entrada da usinagem há uma grande placa dizendo: “Dois anos sem acidente com tem perdido”. Claramente, o sinal não disse quantos acidentes ocorreram sem perda de tempo, durante esses dois anos.

O Conselho enviou uma carta a Andre Gerdau Johanpeter, CEO do Grupo Gerdau, com as seguintes reivindicações:

    * Soluções negociadas em Yumbo e Duitama, da Colômbia,
    * Parar as atividades anti-sindicais na República Dominicana,
    * Aceitar a criação de uma Comissão Mista Internacional de Saúde e Segurança,
    * Reconhecer os trabalhadores do Conselho Mundial da Gerdau, e
    * Negociar um quadro de acordos que regula as relações entre a Gerdau e seus sindicatos.

Os sindicatos presentes na reunião representam os trabalhadores da Gerdau na Argentina, Brasil (CNM/CUT), Canadá, Colômbia, Chile, Estados Unidos, Peru e Espanha. Fernando Lopes, secretário-geral adjunto da FITIM, também participou da reunião.

“Esse foi mais um encontro que nós trabalhadores tiramos em conjunto de enviar uma carta para o presidente do grupo gerdau, pedindo que a empresa reconheça o comite”, reafirmou o Coordenador do Comitê Internacional da Gerdau, Valmir Lodi.

Os participantes da reunião também discutiram e aprovaram um plano de ação para o ano que vem e decidiu que a próxima reunião do Conselho será na Colômbia.

 

Fonte: FITIM; com tradução de Yuri Nunes – Imprensa CNM/CUT