Direitos humanos no México, na França e nos EUA é tema preocupante, afirma ONU

A alta comissária da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse nesta segunda-feira (13/9) que está preocupada com a expulsão de ciganos na França, com o massacre de migrantes no México e com as leis de combate ao terrorismo nos Estados Unidos. Para ela, esses países estão em situações de especial em matéria de direitos humanos.

“As novas políticas da França para com os ciganos, incluindo o desmantelamento de seus assentamentos e as deportações coletivas rumo a seu país de origem. Isto só pode exacerbar o estigma dos romanis e a extrema pobreza em que vivem”, disse Navi na abertura da 15ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

Segundo Nanci, é preocupante também “a situação dos migrantes que saem do México ou transitam pelo México”. Durante sua fala, a representante das Nações Unidas fez referência ao massacre no estado mexicano de Tamaulipas, em agosto desse ano, no qual 72 migrantes latinos ilegais foram assassinados.

O terceiro motivo de preocupação que Navi destacou foi a prática dos EUA de autorizar “assassinatos seletivos de suspeitos de terrorismo em circunstâncias que desafiam as normas internacionais estabelecidas para proteger o direito à vida e o império da lei”.

Diplomacia
Durante o encontro, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu à alta comissária que aceite o convite de Teerã para visitar o Irã.

“A condenação não pode ser o objetivo, mas sim melhorar a situação dos direitos humanos. É preciso apostar no diálogo”, afirmou o chanceler, que também está em Genebra.

Amorim defendeu também a postura do Brasil diante do futuro processo de reforma do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O Conselho, que substituiu a antiga Comissão, entrou em funcionamento em 2007 e está previsto que antes de cinco anos seja avaliado e reformado. Embora esse processo de reforma não tenha começado oficialmente, algumas chancelarias já redigiram propostas de mudanças.

Entre essas propostas está uma do Itamaraty, que propõe estabelecer sessões nas quais, em vez de votar sobre uma declaração que avalia e julga a ação de um país em matéria de direitos humanos, se entabularia um diálogo profundo com a nação em questão e seriam estudados os mecanismos para poder ajudá-la a reverter a situação.

Do Opera Mundi, com Efe