Criada articulação global permanente para lutas conjuntas nas Américas
Federações sindicais internacionais vão criar o Conselho dos Sindicatos Globais nas Américas e agenda de ações conjuntas
Representantes de 10 federações sindicais setoriais internacionais e da CSA decidiram criar o Conselho dos Sindicatos Globais nas Américas (CGU-AM), para, a partir do consenso, avançar na realização do trabalho, criar agendas de ações conjuntas e campanhas temáticas ou por país, para melhorar e reforçar a coordenação das lutas dos trabalhadores nas Américas.
A decisão, tomada em 06 de julho em Montevidéu, incorpora a experiência de trabalho conjunto que já se realiza entre as federações e a CSA há algum tempo. Assim, as campanhas serão intensificadas como a reivindicação de “Trabalho Decente para todos os trabalhadores e trabalhadoras, contra a precarização do emprego e a desigualdade de salários”, marcando o 07 de outubro como o dia de mobilização regional.
O secretário-geral da CSA, Víctor Báez, ao instalar a reunião disse: “O Conselho Global Unions – Américas estará em sintonia e em consonância com o Conselho Mundial Global Unions e não significa uma sobreposição do trabalho, ou de estrutura. Ele vai responder a partir da perspectiva da nossa região aos desafios globais do sindicalismo, contribuindo com a nossa experiência, visão e militância na estratégia do novo internacionalismo sindical”.
O CGU-Am deve acompanhar e discutir questões prioritárias para o sindicalismo na região, como a ação das multinacionais, a precarização do trabalho e o processo de autoreforma sindical. Permanece na ordem do dia, com maior impulso e coordenação, a luta contra os Tratados de Livre Comércio (TLCs), promovendo atividades nas reuniões regionais e sub-regionais.
“É mais um passo num processo que começou desde a fundação da CSA em 2008. Este novo Conselho dos Global Unions nas Américas será mais ordenada e organizado para responder aos desafios que a globalização apresenta para a classe trabalhadora”, disse Jocélio Drummond, diretor da Internacional dos Serviços Públicos (ISP) e que foi nomeado coordenador do CGU-Am.
Uma questão-chave que vai ganhar um novo impulso é a da luta contra a violência anti-sindical, um flagelo que, longe de diminuir de intensidade, cresce nos países em que já era grave, como Colômbia, Honduras e Guatemala. A CGU-Am irá atualizar os “Mapas Sindicais da Violência”, para ajudar a combatê-la. Outros países a se acompanhar pela alarmante situação da liberdade sindical são a Venezuela e o Panamá.
Além desses países, se promoverá a solidariedade com a luta pelo retorno da democracia em Honduras e uma ação conjunta para impulsionar a agenda sindical no Paraguai e El Salvador. O Conselho também irá promover a intervenção em cenários de mais globais, como o G-20 e outros, bem como participação ativa nos principais eventos, como fóruns sociais ou reuniões alternativas.
A CGU-Am se reunirá pelo menos uma vez ao ano, podendo realizar reuniões extraordinárias. A coordenação da CGU-Américas será de um representante designado pelas FSI e a sua Secretaria Executiva.
Do Boletim da Confederação Sindical das Américas (Américas Info Nº 13)