Presidente uruguaio defende mulher na sucessão de Lula
"A decisão é do povo brasileiro, o que não quer dizer que eu não tenha meu coraçãozinho. Ultimamente, eu tenho gostado das mulheres no poder", disse Mujica no domingo
O novo presidente do Uruguai, o ex-guerrilheiro José Pepe Mujica, afirmou que seu “coraçãozinho” pende para a eleição da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), na disputa presidencial brasileira, em outubro deste ano. Embora não tenha citado nominalmente a petista, o uruguaio afirmou que gosta de mulheres no poder. “A decisão é do povo brasileiro, o que não quer dizer que eu não tenha meu coraçãozinho. Ultimamente, eu tenho gostado das mulheres no poder”, disse Mujica no domingo, ao ser questionado pela imprensa acerca de sua opinião sobre a petista.
O novo presidente do Uruguai atuou em organizações de esquerda contra a ditadura militar de seu país, que durou de 1973 a 1985. Chegou a ficar preso por 14 anos. Durante o período de combate, Dilma esteve no Uruguai para fazer treinamento militar, conforme entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada em fevereiro. Ex-guerrilheira como Mujica, Dilma também fez oposição ao regime militar brasileiro (1964-1985) e atuou em movimentos de esquerda.
Presente à posse de Mujica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Dilma vai fazer um governo com o “estilo” dela. Indagado se gostaria da continuidade de sua gestão, assim como Mujica sustenta que será a continuidade da de Tabaré Vázquez, Lula declarou: “Quando a Dilma ganhar as eleições, a Dilma vai fazer do governo o estilo dela, a cara dela. Ela participa do governo, ela tenta fazer mais e melhor.”
Lula disse não ter visto pesquisas de intenção de voto no fim de semana que mostram o crescimento de Dilma. “Eu estava preocupado com o jogo do Santos e do Corinthians, e o Corinthians levou um passeio, então…”, afirmou o presidente, em referência ao jogo de futebol do domingo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .
El País vê ´ascensão fulgurante´ de Dilma nas pesquisas
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O jornal espanhol El País publicou nesta terça-feira (2), em seu site, um artigo no qual ressalta o crescimento nas últimas pesquisas da ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, e afirma que o PSDB “se vê obrigado a forçar” o governador de São Paulo, José Serra, “a tomar uma decisão” sobre sua candidatura.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva “tinha razão” quando afirmou que a ministra cresceria nas pesquisas após a oficialização de sua candidatura, observa o jornal. O artigo assinado pelo correspondente Juan Arias lembra que a ministra ganhou cinco pontos percentuais desde o anúncio de sua candidatura no Congresso Nacional do PT, no dia 20 de fevereiro, e neste momento tem apenas quatro pontos de distância do pré-candidato tucano.
O artigo afirma que Serra estaria indeciso quanto a concorrer pela segunda vez à presidência, pois, com uma nova derrota para o PT na corrida à presidência, o tucano também perderia a oportunidade de se reeleger ao governo do Estado, onde “desfruta de um apoio popular parecido com o de Lula a nível nacional”. Por isso, o PSDB estaria pressionando Serra a anunciar a própria candidatura.
“O ideal para o partido”, diz o jornal, é que o “jovem” governador de Minas Gerais, Aécio Neves, aceite o posto de vice de Serra, o que uniria na chapa tucana os dois maiores colégios eleitorais do País. No entanto, segundo o períodico, o mineiro ainda alimenta esperanças de que Serra renuncie à disputa presidencial, o que o colocaria como principal nome do PSDB para enfrentar Dilma Rousseff.
Agência Estado