Salário mínimo não é respeitado no país para 1 em cada 3 trabalhadores

Nos anos 50, mínimo equivalia a R$ 1.600; salário ideal do trabalhador deveria ser R$ 2.200

O salário mínimo é um velhinho de 71 anos que, em todo o seu tempo de vida, já foi capaz de suprir as necessidades da família de um trabalhador. Atualmente, 1 em cada 3 brasileiros vive com menos de um mínimo por mês. Nesta quarta-feira (16), o Congresso deve votar o aumento do salário básico, de R$ 540 para R$ 545.

Base de aposentadorias e pensões, o mínimo deve ser reajustado com cautela, na avaliação do governo. Um aumento brusco poderia desordenar as contas federais.

Nos anos 1950, o mínimo chegou a valer, na moeda de hoje, o equivalente a R$ 1.600. O dinheiro, na época, era suficiente para suprir as principais necessidades do trabalhador e de sua família.

Foi a partir dos anos 1960 que ele começou a perder valor devido à inflação. O aumento de preços corroeu o poder de compra do salário até o fim dos anos 1990. Só nos últimos 12 anos que o mínimo voltou a recuperar sua força. Apesar disso, em muitas regiões do país, ele nunca foi respeitado: grande parte dos trabalhadores não recebe nem dois mínimos por mês.

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) calcula mensalmente o valor do mínimo ideal para cumprir sua obrigação básica: que é suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Pelas contas do instituto, o mínimo teria de ser R$ 2.227,53. Isso corresponde a 4,37 vezes o salário mínimo em vigor no ano passado, de R$ 510.

Do R7