Grupo de Comunicação esconde estupro de jovem em Florianópilis

Crime teria sido cometido por filhos de dono de afiliada da Globo e de delegado de polícia, e só aparece graças à liberdade de comunicação na internet

Dois adolescentes estupraram uma menina de 13 anos em Florianópolis. Um estuprador é filho do dono da RBS, afiliada da Globo, e manda-chuva da mídia no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O outro é filho de um delegado de Polícia de Florianópolis. Um deles já confessou o crime. A denúncia está postada no blog ConversaAfiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim.

O estupro morreria nos escaninhos da Polícia de Santa Catarina, não fossem um blogueiro, o Mosquito, do Tijoladas Mosquito, e a Rede Record.

O blogueiro começou a investigar o crime, depois que boatos sobre o assunto passaram a correr pela internet. O fato é que não foi difícil chegar à verdade, que já estava explícita em páginas de relacionamento pessoal dos próprios estupradores.

Talvez pela própria certeza da impunidade de um crime como este para famílias poderosas, os jovens não tiveram receio em “postar” toda a história do crime abertamente na internet.
Ontem (11), uma reportagem do Domingo Espetacular revelou que havia um terceiro adolescente na cena do crime e também que havia uma mulher, além da ex-mulher do dono da RBS, na cena do crime. Essa segunda mulher passou maquiagem no pescoço da estuprada para esconder um hematoma.

 A reportagem revelou ainda que havia um homem com uma tatuagem no braço, que sugeriu à menina estuprada que inventasse uma boa história para o pai.

O crime produziu alguns fatos políticos relevantes.

Primeiro, destacou a covardia do Governo tucano de Santa Catarina, liderado por um varão de Plutarco, Leonel Pavan, que reassumiu a presidência do PSDB no Estado e ali coordenará a campanha do Serra.

A Polícia do tucano demorou a apurar os fatos, se esqueceu de pedir exames cruciais, e não apreendeu as fitas das câmeras de vigilância do prédio onde mora o filho do dono da RBS.
E não quis saber, até agora, do terceiro adolescente na cena do crime, da segunda mulher e do homem tatuado.

Quem é esse terceiro garoto ? Também é de família poderosa ? Ele também estuprou ? O homem tatuado fazia o que ali ? Participou do estupro ? E a segunda mulher, a maquiadora, de onde surgiu ?

São todos cúmplices de um crime, ou criminosos.

O segundo aspecto relevante da história, depois da covardia do governo tucano, é o poder da família Sirotsky, os donos da RBS e afiliados da Globo no Sul do país. Não fossem a Record e o Mosquito, os Sirotsky tinham abafado o caso.

É a opinião de cerca de 20 pessoas que entrevistei na frente do Mercado Municipal de Florianópolis, na ultima quarta-feira. Me disse uma senhora negra: se fosse o meu filho, negro, já teria sido chamado de favelado e traficante e estava na cadeia.

A cadeia para menores pobres de Florianópolis é um horror. Uma masmorra, de onde os menores fogem em massa.

O filho do delegado e o do dono da RBS estão em casa.

Por fim, esse sinistro episódio – que a Globo e o PiG (*) solenemente desconsideram – mostra a força da internet.

O Mosquito detonou a RBS, a que chama de “família Stuprotsky”.

É por isso que o Daniel Dantas, o Eduardo Azeredo, o Marco Maciel e um desconhecido deputado comunista do Amazonas querem fechar a internet brasileira.

É porque a internet, gente como o Mosquito, detonou o monopólio que eles controlavam.
O Serra, por exemplo. Bastava dar três telefonemas para controlar a mídia brasileira. Para o Rupert Marinho, para o “seu” Frias e para o Ruy Mesquita. A Abril vinha no rolo, porque o Robert(o) Civita nunca fez parte do clube.

Em 15 agradáveis minutos ele abafava o estupro de Santa Catarina. Mas agora, é um pouco mais difícil. O Serra tem que ligar para muita gente.

Para o Mosquito, não adianta. Porque foi ele quem detonou a credibilidade do presidente dos tucanos de Santa Catarina.

O mal já está feito.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Com ConversaAfiada – Paulo Henrique Amorim