Morre líder da primeira grande greve contra a Ditadura Militar
O sindicalista José Ibrahim, 66 anos, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, que liderou o primeiro grande movimento operário contra a ditadura militar (1964-1985), foi encontrado morto nesta quinta-feira (2) em seu apartamento, em São Paulo.
Ibrahim, que foi demitido da Cobrasma (Companhia Brasileira de Materiais Ferroviários), onde começou a trabalhar aos 14 anos, depois de liderar a greve, militou na Vanguarda Popular Revolucionária, foi preso, encaminhado ao Dops (Departamento de Ordem e Política Social), onde foi torturado.
Um dos 13 presos políticos trocados pelo embaixador dos EUA Charles Burke Elbrick, sequestrado por grupos de resistência em 1969, Ibrahim só voltou ao Brasil em 1979, após a promulgação da Lei da Anistia. Esta Lei anistiou todos os brasileiros que tiveram direitos políticos suspensos ou que cometerem o que os militares chamaram de “crimes políticos” ou “crimes eleitorais”. Ou seja, lutaram contra o regime de exceção cujas características são a suspensão total dos direitos do cidadão e uso de tortura física como método investigativo.
Em 1980, o sindicalista participou da fundação do PT e, depois da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Mais tarde, deixou o partido e chegou a se filiar ao PDT. Atualmente, Ibrahim era secretário de Formação Política da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Seu corpo será sepultado hoje no Cemitério Bela Vista, em Osasco.
Da CUT Nacional