CUT reivindica desenvolvimento e valorização do trabalho
Cerca de 8.000 trabalhadores participaram de ato por desenvolvimento, cidadania e valorização do trabalho no pátio da Mercedes-Benz, em São Bernardo
Sérgio Nobre fala na Mercedes. Foto: Paulo de Souza / SMABC
Na manhã desta quinta-feira (18), o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre esteve reunido com cerca de 8.000 trabalhadores no pátio da Mercedes-Benz, em São Bernardo, em ato pelo desenvolvimento, cidadania e pela valorização do trabalho.
A atividade fez parte do dia de mobilização da Central para cobrar as reivindicações dos trabalhadores e reabrir o diálogo com o governo federal.
Na pauta, a defesa da redução da jornada para 40 horas, fim do fator previdenciário, 10% do PIB para educação, combate a demissão involuntária, correção da tabela do imposto de renda, entre outros pontos.
Segundo Sérgio Nobre, mesmo os que já têm jornada reduzida, como é o caso da montadora, devem lutar pela regulamentação para todos os trabalhadores.
“A redução da jornada para 40 horas equilibra as condições de trabalho entre as regiões do País e isso é melhor para as negociações na base”, afirmou o dirigente.
Outro ponto importante da pauta, o fator previdenciário, também foi duramente criticado pelo secretário-geral da CUT. “O fator retira o direito daquele que contribui pelo teto. É um assalto ao bolso do trabalhador”, disse.
Para Nobre a pressão da CUT é necessária para que o governo federal ouça a classe trabalhadora. “O governo recebe pressão dos banqueiros, dos empresários e o trabalhador também tem que pressionar se quiser ser ouvido”, concluiu.
A Central Única dos Trabalhadores, a CUT, realizou nesta quinta uma série de manifestações nos 27 Estados brasileiros para pressionar o governo federal a responder as reivindicações da pauta entregue no começo do mês passado, em Brasília.
Na ocasião, 50 mil trabalhadores participaram de ato na capital federal e as lideranças da CUT foram recebidas junto a outras centrais pela presidenta Dilma Rousseff, que prometeu estudar as propostas dos trabalhadores.
Inovar-Auto é resultado da mobilização dos trabalhadores
Durante o ato da CUT no ABC, na portaria da Mercedes, o diretor Administrativo do Sindicato, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, relembrou a trajetória de luta dos companheiros que resultou no novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto.
“Esse ato não começa hoje. Ele é fruto de uma luta desta categoria, que em 2011 parou a Anchieta para exigir uma política industrial de desenvolvimento para o País”, disse.
Segundo Barba, quando os trabalhadores foram às ruas, há dois anos, o volume de importados ameaçava drasticamente o setor automotivo.
“Com o Inovar-Auto foi possível debater a continuidade das empresas e dos postos de trabalho”, afirmou.
O dirigente comparou o sucesso das medidas que estão sendo implantadas pelo novo Regime Automotivo aos atos realizados pela CUT.
“Temos essa responsabilidade de pressionar o governo para contribuir com os rumos do ABC, de São Paulo e do Brasil”, finalizou Barba.
Da Redação