CUT assina carta de apoio aos operários da Nissan nos EUA
A CUT e mais duas centrais sindicais brasileiras assinam, nesta terça-feira (12), em São Paulo, carta de apoio aos trabalhadores da fábrica da Nissan nos EUA.
No documento, os sindicalistas exigem que a montadora respeite os acordos internacionais que garantem liberdade de organização sindical – a direção da empresa impede a organização dos trabalhadores e ameaça quem for sindicalizado. Segundo os dirigentes, os salários na Nissan norte-americana são muito baixos, metade dos trabalhadores tem contrato temporário e o sindicato é proibido de representar a categoria.
Coletiva de imprensa
A cerimônia de assinatura da carta de apoio aos operários da Nissan nos EUA será realizada nesta terça, às 11h00, durante coletiva a imprensa que será dada na sede da UGT, Rua Aguiar de Barros, 144, Bela Vista, Centro.
Participam da coletiva o presidente da CUT Vagner Freitas, representantes do UAW (United Auto Workers), sindicato que representa os metalúrgicos dos EUA Rafael Messias Guerra e Ginny Toughalin, o presidente da UGT Ricardo Patah, o vice-presidente da Força Sindical Miguel Torres e o secretário-geral da CNM-CUT, João Cayres.
Histórico
Em janeiro deste ano, o presidente da CUT e o secretário-geral da CNM-CUT participaram do lançamento da campanha “Mississippi Alliance for Fariness at Nissan (MAFFAN)”, que denuncia a violação dos direitos humanos dos metalúrgicos da unidade da fábrica japonesa Nissan, instalada na cidade de Canton, no Mississippi-EUA. Na ocasião, Vagner defendeu que a campanha também fosse divulgada no Brasil para que a sociedade seja informada sobre os métodos utilizados pela montadora para impedir que os trabalhadores lutem pelos seus direitos “Atingir a imagem da empresa pode ser uma maneira eficaz de lutar contra a exploração dos metalúrgicos”, disse o dirigente na época.
Para impedir os trabalhadores de se organizar por meio de um sindicato, a Nissan ameaça com demissão de quem votar pela criação da entidade e até com o fechamento da fábrica. Isso sem falar das reuniões e encontros com grupos de trabalhadores cujo objetivo é apenas espalhar o medo.
Vários fatores contribuem para ampliar o clima de terror na montadora, entre eles: os trabalhadores não têm representação sindical, não têm acordo de negociação coletiva; os salários são baixos, as condições de trabalho ruins; metade do quadro de pessoal é temporário – o trabalhador não sabe quanto tempo ficará empregado, o que alimenta ainda mais a insegurança econômica na família e na região.
Para Bob King, presidente da UAW, somente com a representação sindical em todo o setor nos EUA e com o fortalecimento de redes de contatos internacionais com sindicatos de metalúrgicos de todo o mundo, os trabalhadores terão voz ativa para conquistar um padrão de vida aceitável.
E a luta pela criação de um sindicato na sede da Nissan é de todos os trabalhadores norte-americanos e do mundo.
“É uma luta em defesa da cidadania”, concluiu o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Da CUT