Centrais tentam juntar forças para evitar perda de direitos trabalhistas

As centrais sindicais têm suas divergências, mas veem na conferência sobre trabalho decente, aberta ontem (8), a necessidade de deixá-las de lado para evitar riscos de perda de direitos. Além disso, terão de buscar apoios externos se quiserem aprovar suas propostas, já que contam com apenas 30% de representação no encontro, mesma proporção dos representantes dos empresários e do governo – outras entidades da sociedade civil têm 10%.
 
A conferência foi dividida em quatro eixos e 12 grupos de trabalho, responsável pelo debate de mais de 600 propostas aprovadas nos encontros estaduais. Para que uma proposta siga para a chamada plenária de eixo (que reúne os grupos de trabalho), são necessários 30% dos votos. Dessa plenária para a final, também é preciso garantir 30%. E para aprovação na plenária final, serão precisos 50% mais um. “O grupo deles (empresários) quer tirar direitos, e nós queremos avançar”, resume um dos representantes dos trabalhadores.
 
Desde que a conferência foi lançada, em novembro de 2010, as centrais vêm trabalhando conjuntamente no sentido de aparar arestar e ressaltar as questões de consenso, deixando as diferenças para outro momento. Ontem à tarde, antes da abertura da conferência, houve nova plenária da bancada dos trabalhadores, tentando reforçar o apelo à unidade. Algumas questões ainda deveriam ser discutidas noite adentro.
 
“É a primeira conferência que trata desse assunto no mundo”, observou o diretor-técnico do Dieese (que subsidia as centrais), Clemente Ganz Lúcio. “Esta conferência é uma grande negociação. Neste espaço valerá muito nossa capacidade de intervenção, de argumentação e de convencimento. Vamos deliberar diretrizes para o Brasil, discutir uma agenda positiva e colocar o trabalho como centro do desenvolvimento.”
 
Pela programação, hoje (9) haverá discussão dos grupos temáticos e amanhã (10) será a vez das plenárias por eixo. A plenária final ocorre sábado (11). O encerramento do encontro foi antecipado das 18h para as 16h.

Da Rede Brasil Atual