Representantes de sete países discutem projeto pela melhoria das condições laborais na América Latina

Representantes de instituições de pesquisa e dirigentes sindicais de sete países da América Latina estiveram reunidos entre os dias 23 e 25 de abril em São Paulo para discutir e planejar o projeto “Fomento dos Direitos dos Trabalhadores na América Latina” apoiado pela DGB Bildungswerk, e que no Brasil tem a participação do Instituto Observatório Social e da CUT. O grupo faz parte da Rede Latino Americana de Pesquisas em Multinacionais (RedLat) que desde 2005 tem unido esforços para aumentar o conhecimento sobre as condições laborais na América Latina. Fazem parte da rede Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Uruguai.
 
Para Ivan Gonzales, que esteve no encontro representando a Confederação Sindical das Américas (CSA), “a fase que vem agora é de reforçar o que já foi feito, mas com uma maior unidade política. Neste sentido, este trabalho da RedLat vai contribuir para o que já está sendo desenvolvido em cada país para melhorar as condições dos trabalhadores, que é o objetivo final”. Entre as expectativas dos participanteso uso de uma metodologia pertinente com a realidade sindical, o desenvolvimento e aproveitamento do conhecimento acumulado pelos institutos, a definição de características de trabalho em função de uma estratégia regional e por fim, a elaboração de um planejamento eficaz para que os estudos cheguem aos sindicatos e causem impacto na vida dos trabalhadores. 
 
Durante três dias, os participantes da reunião discutiram as necessidades de mudanças nas condições laborais de cada país e o que pode ser mudado com a ajuda do projeto. Um dos pontos destacados foi o quanto essa comparação nas condições de trabalho tem dado fôlego para a luta dos trabalhadores, a exemplo de algumas redes estabelecidas na América Latina. Uma das preocupações, no entanto, foi a articulação dos interesses nacionais e regionais na elaboração de uma estratégia.
 
Dudu Bolito, coordenador institucional do Observatório Social, ressaltou a importância da participação de dirigentes sindicais nessas reuniões para que os interesses dos trabalhadores estejam alinhados com os temas pesquisados nos países. “Pela primeira vez conseguimos trazer para uma reunião da RedLat dirigentes de quase todos os países, e essa aproximação com os sindicalistas é fundamental para que o resultado do trabalho de pesquisa chegue até o trabalhador e seja usado em favor dele”, disse. 
 
A Rede Latino-Americana de Pesquisa em Empresas Multinacionais é formada por institutos de pesquisa de sete países: CILAS (Centro de Investigaciones Laboral y Asesoria Sindical) no México, ENS (Escuela Nacional Sindical) e CUT (Central Unitaria de Trabajadores) na Colômbia, PLADES (Programa Latinoamericano de Desarrollo), no Peru, ICUDU (Instituto Cuesta Duarte) e PIT-CNT do Uruguai, CENDA (Centro de Estudios Nacionales de Desarrollo Alternativo) e CUT (Central Unitaria de Trabajadores) no Chile, LASOS (Laboratorio Social Sindical de Argentina) e CTA (Central de Trabajadores Argentinos) na Argentina, IOS (Instituto Observatório Social) e CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Brasil, e a CSA (Confederación Sindical de las Américas). O objetivo da rede é fornecer informações sobre o comportamento e atuações sócio-trabalhista e ambiental de empresas multinacionais através de pesquisas comparativa. De 2005 a 2009 a rede foi financiada pela FNV. Atualmente o projeto é apoiado pela DGB Bildungswerk.

Do Instituto Observatório Social