CUT participa da organização dos trabalhadores egípcios


Kamal Abu Aita, da Federação dos Sindicatos Independentes do Egito e Adi Lima, da CUT-SP. Foto: Divulgação

O presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, participou no final de janeiro da conferência de fundação da Federação dos Sindicatos Independentes do Egito realizada no Cairo, capital do País.

A Federação marca uma das etapas da reorganização dos trabalhadores após três décadas de sindicatos atrelados à ditadura de Hosni Mubarak, deposto há um ano. 

A Federação é representativa?
A Federação nasce forte, representando vários setores do campo e da cidade. Ela é formada por várias correntes, todas empenhadas em construir uma entidade independente, que tenha condições de encaminhar as demandas dos trabalhadores. A conferência confirmou a liderança de Kamal Abu Aita, que foi eleito presidente por unanimidade.

Quais suas bandeiras de luta?
Liberdade, democracia, autonomia sindical e justiça social. A partir da Federação será possível discutir as questões políticas e econômicas a partir da perspectiva dos trabalhadores. 

Ela tem apoio de trabalhadores de outros países?
Participaram da conferência cerca de 400 delegados, com a presença de vários países árabes que também estão em um processo de construção democrática. Representei a CUT, única entidade da América Latina.

São muitas as reivindicações trabalhistas?
Eles lutam por questões básicas como aumento do salário mínimo, contratação de mão de obra nacional e melhores condições de trabalho. Como não houve avanços durante a ditadura, o desemprego é alto, as condições de trabalho são ruins, falta água e luz nas empresas. Os salários atrasam e 25% da mão de obra é estrangeira. 

A economia é forte no Egito?
A ditadura privatizou muitos setores industriais. As empresas compraram o patrimônio público e não investiram em condições de trabalho, saúde e higiene. O setor industrial foi sucateado. O setor têxtil, por exemplo, faliu por falta de investimentos. 

Como está a construção democrática?
Diariamente acontecem manifestações no Cairo cobrando da junta militar a realização de eleições diretas em junho para a instalação de uma nova Constituição no País. Os atos também exigem, entre outras reivindicações, a soltura de todos os presos políticos.

Da Redação