Em audiência com a Ministra do Planejamento, CUT defende regulamentação da Convenção 151 da OIT

Lideranças cutistas foram recebidas em audiência pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, na tarde desta quarta-feira em Brasília, onde defenderam a regulamentação da Convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que dispõe sobre a negociação coletiva no setor público. 

Estiveram presentes à reunião o secretário-geral da CUT, Quintino Severo; a secretária da Mulher Trabalhadora, Rosane Silva; a secretária de Combate ao Racismo, Júlia Nogueira, e os diretores Pedro Armengol, Antonio Lisboa, Júlio Turra e Lúcia Reis. 

Além de enfatizar a importância do governo federal dar seqüência e conseqüência ao processo de ratificação da 151, os dirigentes cutistas também reivindicaram da ministra uma política de valorização salarial para os servidores, bem como a abertura de negociação com a Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras), em greve há 64 dias nas 47 universidades federais.

Na saída do encontro, o secretário geral da CUT, Quintino Severo, discursou em solidariedade à manifestação realizada pela Fasubra na porta do Ministério do Planejamento. No início da noite, coroando o Dia de Pressão da CUT sobre os Três Poderes em Brasília, os dirigentes foram até a frente do Supremo Tribunal Federal (STF) para participar de uma vigília organizada pela Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União) em defesa da autonomia e independência do Judiciário frente ao Executivo, que anunciou uma política de arrocho salarial e corte de recursos. 

Na avaliação de Quintino, a capacidade de articulação e mobilização da CUT foi uma vez mais reafirmada no conjunto de audiências que ocorreram ao longo do dia, “demonstrando que a nossa Central tem peso político, sendo reconhecido o seu protagonismo no processo”. 

Sobre os resultados da audiência no Planejamento, o secretário geral da CUT frisou a importância do governo conduzir o processo de ratificação da 151. “A ministra inclusive nos falou que a idéia é juntar as ações dos ministérios do Trabalho e do Planejamento para garantir a construção e plena efetivação da proposta. No nosso entender esta foi uma boa sinalização de que vamos avançar rumo à garantia de negociação coletiva no setor público”.

Outro ponto positivo, avaliou, é que o governo se comprometeu a ser mais explícito nas suas respostas em relação ao conjunto da política de reajuste do setor público. “Nós reafirmamos a importância da manutenção da política de ganhos reais iniciada com o governo Lula”, disse. 

A respeito das mobilizações da Fasubra e da Fenajufe, Quintino ressaltou que “ambas manifestações demonstraram que há uma insatisfação com a política do governo, com a forma como vem sendo tratados os processos de negociação, pois não se dá segurança aonde vai chegar”. 

Júlio Turra e Quintino Severo levaram a solidariedade da CUT à vigília da Fenajufe em frente ao STFQuintino afirmou que está convencido de que os próximos passos da Central devem ser dados nos Estados, pela capacidade de maior envolvimento da base. “Em nível regional, estadual e municipal também há maior possibilidade de repercussão das nossas ações, principalmente quando se aproxima um ano eleitoral. É preciso ampliar a pressão e fazer a disputa na sociedade, pois estamos diante de uma tentativa dos setores reacionários, da mídia e de parte do governo de impedir que se avance nas conquistas, usando para isso o discurso da crise internacional. A CUT reafirma que o caminho é o fortalecimento do mercado interno, da distribuição de renda, da valorização do trabalho. Para isso, o Estado tem um papel chave”, concluiu.

Da CUT Nacional