Secretário de Relações Internacionais da Central de Trabalhadores de Cuba visita a CUT

Ernesto Freire Cazañas (CTC), João Felício (CUT), Rafael Freire (CSA) e o cônsul cubano Aldo Fidel Cruces AmaroO chefe do Departamento de Relações Internacionais da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), Ernesto Freire Cazañas, visitou a sede nacional da CUT nesta segunda-feira, onde se reuniu com o secretário de Relações Internacionais da entidade, João Antonio Felício, e com Rafael Freire, da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA).

Acompanhado pelo cônsul da Ilha, Aldo Fidel Cruces Amaro, Cazañas fez um relato sobre os avanços obtidos pela classe trabalhadora e pelo povo cubano na luta contra o criminoso bloqueio econômico imposto pelo imperialismo estadunidense, em particular a partir dos novos investimentos na agricultura e na pecuária, fundamentais para a soberania alimentar. O fortalecimento da consciência socialista, a mobilização da juventude e a ampliação da solidariedade internacional, ressaltou o sindicalista, têm sido elementos decisivos para o enfrentamento e superação das dificuldades.

Além de debilitada pelo bloqueio, a crise mundial reduziu ainda mais o acesso da Ilha ao crédito internacional, num período em que 16 furacões atingiram Cuba, entre 1998 e 2008, causando prejuízos de mais de duas dezenas de bilhões, metade do PIB do país. Com o novo reordenamento trabalhista e tributário, o governo anunciou que cerca de 500 mil trabalhadores do Estado serão realocados, o que causou uma onda de desinformações pela grande mídia, que passou a falar de desemprego em massa.

Destacando o envolvimento do povo cubano no processo de debates que visa maior eficiência para enfrentar “coletivamente” as dificuldades do período, Ernesto Cazañas sublinhou que “a classe trabalhadora joga um papel central na atualização do modelo econômico cubano, que passa indiscutivelmente pela aplicação do mesmo, após amplos debates, respeitando os direitos e garantindo o aumento da produção e da eficiência”.

“Uma das tarefas que temos pela frente em conjunto com as administrações é a gestão racional dos recursos humanos, sob o princípio de que nenhum trabalhador ficará desamparado. Isso se baseia na política de que os mesmos [funcionários que serão realocados] desempenham seu trabalho nos setores e ramos que hoje são mais importantes em nosso país: atividade agropecuária, construção e serviços. Vamos dar atenção particular à utilização desta força de trabalho no crescente aumento da produção material”, acrescentou.

O sindicalista cubano ressaltou que “para garantir a manutenção e a ampliação dos serviços gratuitos de educação, saúde, assistência e seguridade social, bem como o acesso universal à cultura e ao esporte, esta injeção de recursos é essencial. “Além disso, vamos seguir mantendo os nossos princípios de solidariedade internacional, oferecendo serviços de educação e saúde a mais de cem países”, frisou.

Para Cazañas, a CTC avalia como de fundamental importância o intercâmbio de experiências com a Central Única dos Trabalhadores do Brasil, “que deve ser fortalecido no marco da integração entre os trabalhadores da região, que lutam contra o impacto das políticas neoliberais”. “Com esta compreensão e este compromisso convidamos a CUT para participar do IV Encontro Sindical Nossa América, que acontecerá em Manágua, capital da Nicarágua, de 25 a 27 de Agosto de 2011”, informou. 

João Felício sublinhou que a CUT tem uma história de compromisso com a luta anti-imperialista, respaldando o apoio à determinação do povo cubano de encontrar caminhos que afirmem sua soberania e auto-determinação frente ao desumano bloqueio imposto durante décadas à ilha caribenha pelos sucessivos governos dos Estados Unidos. “Em que pese todas as adversidades, Cuba exibe as mais altas taxas de educação, saúde e segurança pública do planeta. São avanços inegáveis e que traduzem a identidade do povo cubano com o socialismo, que para nós deve ser sempre sinônimo de emancipação, justiça e liberdade”, acrescentou João Felício.

Da CUT Nacional