Tabela do IR e salário mínimo: a CUT insiste

Em entrevistas à TV, Artur Henrique critica visão fiscalista e apego a ´contratos´ e diz: "Pela lei maior, a Constituição, o mínimo deveria ser bem maior"

Em duas entrevistas à TV, o presidente da CUT, Artur Henrique, comenta o posicionamento da Central diante da necessidade de corrigir a tabela do imposto de renda e de elevar o salário mínimo 2011 acima dos R$ 545.

A primeira delas foi concedida ao programa Brasília ao Vivo, apresentado pela Record News na noite de quinta, que antecedeu a mais recente reunião de negociação com o governo, na sexta pela manhã.

Questionado pela jornalista Christina Lemos, apresentadora do programa, se um tratamento diferenciado para o salário mínimo neste ano, excedendo de maneira pontual os termos do acordo fechado com as centrais em 2007, não traria uma espécie de insegurança jurídica que prejudicaria os trabalhadores no futuro, Artur argumentou que, à luz da lei maior, a Constituição, o salário deveria estar muito mais fortalecido.

Com isso, criticou a tentativa de engessar o debate apenas a partir do texto da lei. “A política de valorização é positiva, mas em 2011 deve ser tratada com excepcionalidade, como foram tratados com excepcionalidade os empresários durante a crise”, comentou depois.

Falou também sobre a correção da tabela e voltou a afirmar que ela é absolutamente necessária para que a Receita Federal não tome dos trabalhadores os aumentos salariais de 2010 conquistados com tanto esforço e mobilização.

Para assistir a entrevista, clique no link abaixo:
http://www.planningclipping.com.br/arquivos/6265/Brasíliaaovivo_03Jan_CUT.wmv

A outra entrevista, produzida pela TV CUT, foi concedida logo após a reunião com o governo, realizada na manhã de sexta. O presidente da CUT diz que o governo usa argumentos “fora da realidade” para se recusar a aumentar o mínimo acima dos R$ 545. Ele lembra que o salário mínimo mais forte não vai produzir pressões inflacionárias, como insinuado, já que o país não passa por uma situação de “inflação de demanda”.

Critica também o argumento, usado por Guido Mantega, de que a “renúncia fiscal” representada pela correção da tabela prejudicaria os cofres do governo. “Isso é uma visão fiscalista, de corte de gastos. Devemos lembrar que a correção da tabela vai fazer sobrar algum dinheiro no bolso do trabalhador e que com isso vai comprar sapatos, vai gastar mais, e aumentar a arrecadação do governo pelo caminho do aumento do consumo”, disse.

Assista a entrevista do programa CUT em Ação acima da matéria.

Da CUT Nacional