Programa Trabalho e Cidadania forma turma só com mulheres

Além de Ford e Mercedez, trabalhadoras de mais nove empresas participaram da quinta edição do curso

A quinta edição do Programa Trabalho e Cidadania realizada ontem foi formada por uma turma inteira feminina.

Durante todo o dia, as 23 participantes puderam aprender mais sobre o mundo do trabalho, além  de conhecer mais sobre a história do Sindicato.

O responsável pelo Programa, Walter Souza, explicou que o conteúdo do curso foi igual aos anteriores, e que o diferencial veio das próprias questões que as trabalhadoras trouxeram para o debate. “Percebemos que conseguimos  juntar mulheres com perfis diferentes, mas que têm em comum a vontade de aprender mais sobre a história do Sindicato, porque sentem suas vidas, de alguma forma, ligadas à ele”.

Esse é o caso de Maria Euvenha, operadora de produção da Kostal e filha de metalúrgico. “Lembro que quando era criança meu pai contava das muitas greves que o Sindicato fazia. Como eu não via mais isso, achava que o Sindicato tinha enfraquecido, mas agora pude entender o porquê dessas mudanças”, disse.

Mais mulheres
Além de ser uma turma só com mulheres, outra diferença do curso de ontem foi a participação de trabalhadoras de mais nove empresas da base.

“Foi importante porque, pela primeira, as participantes não vinham só de montadoras, mas também de fábricas menores. Então, elas  puderam perceber as diferenças de organização que existem entre pequenas e grandes empresas. Foi uma surpresa para muitas”, concluiu Souza.

Uma nova visão da luta sindical
Em clima de integração, as trabalhadoras contaram à Tribuna Metalúrgica quais foram as impressões sobre o curso e suas expectativas daqui para frente.

 
“Minha visão melhorou e eu não tenho mais críticas ao Sindicato
porque, com o curso, consegui entender melhor
algumas questões que antes não conhecia”.
Jane Lima, auxiliar de embalagem da Panex

“Não vejo muitas mulheres na representação sindical,
acho que é preciso levantar esta bandeira, pois
abriria espaço para todas as outras conhecerem seus direitos. 
Daqui para frente eu quero estar bem informada
para participar desta mudança”. 
Jéssica de Aguiar, operadora de produção da Mercedes

“O curso está sendo importante porque
estou conhecendo melhor meus direitos,
como a luta pelos 180 dias de licença maternidade
, que tem sido tão comentado”.
Eglin Azevedo, operadora de célula da Mercedes

“O curso é um avanço no ponto de vista
de pensamento. As mulheres muitas
vezes acham que não têm espaço,
mas é preciso conscientizar que
a sociedade e a política também são delas”.
Maria Euvenha, operadora de produção da Kostal

“A mulher toma decisões o tempo inteiro, em
relação a sua casa e a sua família, então
é  importante que ela possa tomar frente
e participar de decisões importantes em relação
ao seu trabalho, estando junto ao  Sindicato”.
Angela Maria da Hora, auxiliar de produção da Kostal

 

* Fotos de Rossana Lana 

Da redação da Tribuna Metalúrgica