FEM-CUT entrega pauta da Campanha Salarial aos patrões

Reivindicações foram entregues após um ato na frente da Fiesp, em São Paulo

Raquel Camargo

Biro Biro, presidente da FEM/CUT, à direita, entrega pauta para representante do grupo 8

Representando 12 sindicatos filiados que somam 250 mil trabalhadores em São Paulo, a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM) da CUT entregou nesta quinta-feira a pauta da Campanha Salarial 2010 aos seis grupos patronais que negociam com a categoria.

Após um ato diante da Fiesp, na avenida Paulista, receberam as reivindicações os representantes dos Grupos 2, 8, 10 e Fundição. À tarde, o documento foi entregue para a Anfavea e o Sindipeças.

“Nossa expectativa é muito boa”, comentou Valmir Marques, o Biro Biro, presidente da FEM. “Vamos negociar salário em um cenário de econômico da produção e contratações”, prosseguiu.

Ele explicou que a Federação encaminhou a pauta deste ano cerca de um mês mais cedo que o habitual por conta do período eleitoral. “Queremos fechar um acordo o mais rápido possível”, disse Biro Biro. “Nossa experiência mostra que não é produtivo fazer campanha salarial em época de eleições”, afirmou.

Raquel Camargo

Trabalhadores de 12 sindicatos filiados à FEM-CUT no estado participaram do ato na Fiesp

Lágrimas
Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, destacou que a entrega de pauta era apenas o pontapé inicial da Campanha Salarial. “Daqui para a frente, é muita mobilização e muita luta”, destacou.

“Nossa campanha é diferente do futebol, onde os torcedores ficam na arquibancada acompanhando o jogo”, continuou o dirigente. “Em nossa campanha, ninguém fica na arquibancada esperando o acordo. Os trabalhadores tem que entrar em campo e jogar junto com os dirigentes”, comparou.

O presidente da CUT São Paulo, Adi Lima, alertou o pessoal presente no ato para não se assustar com as lágrimas que caiam do prédio da Fiesp. “Todas as vezes que entregamos uma pauta, começa a choradeira dos patrões dizendo que estão em dificuldade para atender nossas reivindicações”, lembrou.

Contrato coletivo
Já o diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, Valter Sanches, destacou que o acordo fechado pela categoria em São Paulo é parâmetro para todo o Brasil.

“As negociações feitos nos demais Estados neste ano estão com piso maior por causa de nossos acordos, o que é bom para a luta histórica dos metalúrgicos em busca de uma convenção coletiva nacional”, concluiu.

Notícia relacionada:
Metalúrgicos querem centrais negociando fim do fator previdenciário