Mulheres metalúrgicas querem diminuir a violência

2ª Conferência Nacional das Trabalhadoras Metalúrgicas da CUT é aberta em São Bernardo

Violência contra a mulher é o tema central da 2ª Conferência Nacional das Trabalhadoras Metalúrgicas da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que reuniu na abertura, nesta segunda-feira (21/06), 68 trabalhadoras do setor, de todas as regiões do País. O evento teve início às 18h, na sede da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), em São Bernardo.

O objetivo do encontro, que se estende até quarta-feira (23/06), é discutir o tema da mulher em espaços públicos, assuntos relacionados ao mundo do trabalho, à saúde e enfrentamento à violência, entre outras questões.

De acordo com a secretária de Mulheres da CNM/CUT, Maria Ferreira, a conferência vai terminar com algumas propostas de resolução que serão apresentadas no Congresso da Confederação dos Trabalhadores da CUT, a ser realizado em junho de 2011.

“Um dos maiores problemas é fazer com que as mulheres se interessem pela organização sindical, para serem dirigentes e defender a classe trabalhadora. O sexo feminino ainda tem medo de aderir ao movimento sindical”, ressaltou.    

A 1ª Conferência Nacional das Trabalhadoras Metalúrgicas da CUT ocorreu em 2007. Maria mencionou que na época diversos assuntos foram colocados em foco, sendo que a violência contra a mulher e o avanço do número de mulheres dentro das entidades sindicais avançaram nestes três anos. Para a secretária, é essencial construir igualdade dentro dos temas debatidos. Um dos diferenciais desta Conferência serão as oficinas temáticas, que não ocorreram no primeiro encontro.

O presidente da CNM/CUT, Claudir Nespolo, deu as boas-vindas aos participantes e fez uma avaliação sobre a importância dos debates que acontecerão nos três dias de evento. “Boa parte da direção executiva da CNM/CUT está aqui e, além de participar dos debates, vamos escutá-las, para assim tirarmos conclusões que serão tomadas como diretrizes da Confederação”, disse.

Eunice Leia de Moraes, da Coordenadoria da Área de Trabalho da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, representou a ministra Nilcéia Freire, na abertura da Conferência. Conforme explicou, dentro da perspectiva de mais cidadania está a redução da violência contra as mulheres.

Na ocasião, Eunice apresentou alguns dados nacionais e frisou que a repartição gostaria que todos os Estados criassem organismos de políticas voltados às mulheres. “Ainda estamos invisíveis, apesar do barulho que fazemos”, afirmou.  

A convidada especial da abertura do evento foi a diretora de pesquisa em Sociologia no Gênero, Trabalho e Mobilidade da França, Helena Hirata. A também professora avaliou o comportamento das mulheres no mercado de trabalho, enfatizando que embora a mão-de-obra feminina tenha aumentado, elas ainda não têm acesso às mesmas profissões que os homens, além de não se encaixarem em categorias de exercício do poder. “A precariedade tem um rosto mais feminino do que masculino, não só do ponto de vista profissional, mas social e sexual”, observou.
 

Com ABCD Maior