Emprego no setor corre risco
Manutenção das alÃquotas de importação mantém insegurança ao futuro do emprego no setor.
Sindicato rejeita aumento gradual das alíquotas
O Sindicato é contra o aumento gradual das alíquotas de importação de autopeças e contra a manutenção da alíquota de importação reduzida para uma série de peças que não
têm similar nacional.
As medidas foram anunciadas na noite de quarta-feira pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.
“Queremos o aumento imediato, e não gradual, das alíquotas de importação e a fixação de um prazo para a nacionalização das peças que ainda não são feitas aqui.
Do jeito que está, o risco ao emprego no setor continua”, protestou ontem Sérgio Nobre (foto), presidente do Sindicato.
Como está em jogo o emprego dos metalúrgicos no setor num curto espaço de tempo e a sobrevivência da indústria nacional de peças, o Sindicato defende que essa negociação vá além dos interesses das montadoras.
Nacionalização – Estudo da subseção Dieese do Sindicato mostra que as montadoras importam sistemas eletrônicos de várias partes do veículo, sistemas de transmissão mecânica e automática, eixos e peças de motor entre outras peças de alto valor em tecnologia e preço. A lista aponta 222 itens que podem chegar a 20% do total de um carro.
“Os componentes mais importantes e valiosos vêm de fora e à medida que os veículos se modernizarem irão absorver mais e novas tecnologias, fazendo aumentar as importações de peças”, prevê Sérgio Nobre.
Segundo ele, por este motivo o Brasil deve criar um processo de nacionalização de componentes que inclua transferência de tecnologia, desenvolvimento e formação e qualificação de trabalhadores para que as peças comecem a ser fabricadas aqui em prazos definidos.
Risco ao emprego permanece
O Sindicato discorda das duas medidas por causa do desequilíbrio existente entre importação
e exportação no setor de autopeças, que continua aumentando e ameaçando o emprego
no País.
De janeiro a maio desse ano, o Brasil importou R$ 9 bilhões em peças, 61% a mais que nos mesmos meses de 2009.
No período, a indústria nacional exportou R$ 6,3 bilhões.