CUT participa de debate contra discriminação etnico-racial, nos EUA

Na reunião, Central ressaltou como prioridade o combate à discriminação no local de trabalho

Com o tema “Um chamado à ação”, a secretária de Combate ao Racismo da CUT Nacional, Júlia Nogueira, participou de 20 a 21 de maio, na Faculdade Morehouse, em Atlanta, na Geórgia-EUA, da reunião sobre o Plano de Ação Conjunta Brasil-Estados Unidos para a Eliminação da Discriminação Etnico-Racial e Promoção da Igualdade.

O Plano foi assinado em março de 2008 com o objetivo de eliminar a discriminação racial e étnica do cotidiano das respectivas sociedades, promovendo a igualdade de oportunidades nos dois países, que farão reuniões alternadas no sentido de envolver lideranças na resolução do grave problema.

“Foi uma reunião carregada de simbolismo, pois Atlanta é a cidade onde nasceu Martin Luther King Jr., o histórico líder do movimento pelos direitos civis nos EUA, assassinado por sua luta contra o racismo e a segregação”, relatou Júlia Nogueira, sublinhando que “ambos países vão ganhar com este intercâmbio”.

Debates reuniram lideranças sindicais e de governos”De um lado temos a história de horrores e assassinatos da Klu klux Klan e de um país que ainda tem universidades apenas para negros, devido ao arraigado e elevado preconceito existente.

Do outro, temos o Brasil com o desafio de inserir os jovens negros no mercado de trabalho, com a negritude sendo ainda a principal vítima da violência e a maior parte da população carcerária”, explicou.

Luther King dá o nome há várias escolas e ruas na localidade, que ainda guarda marcas profundas da segregação, como a delegação cutista, representada por Júlia Nogueira e Telma Victor, secretária de Formação da CUT-SP e tesoureira do Inspir (Instituto Sindical Interamericano pela Promoção da Igualdade Racial), pode comprovar em suas visitas.

Em sua intervenção no evento o ministro Elói Ferreira, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ressaltou a relevância do acordo celebrado entre os dois países, destacando que o racismo é uma chaga que para ser eliminada necessita de políticas afirmativas e de mobilização das sociedades. Entre os pontos elencados como prioritários está a ênfase no combate à discriminação no local de trabalho.

Entre outros desafios, a delegação brasileira colocou em pauta a necessidade de incluir a juventude negra no mercado de trabalho; elaborar estratégias comuns para combater a violência e diminuir a morte de jovens negros; e ações para proteger as trabalhadoras domésticas, já que 58% delas são negras e muito poucas possuem a formalização do vínculo de trabalho.

Da redação com Cut Nacional