Sérgio Nobre discutirá isenção de Imposto de Renda na PLR com o Ministério da Fazenda

Sindicato lutará para recuperar entendimento original do texto que regulamenta a PLR desde 1988

O presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, pedirá audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para apresentar proposta do Sindicato de acabar com a cobrança do Imposto de Renda sobre a PLR.

“Empresários e trabalhadores têm hoje tratamento diferente”, afirma o dirigente. “Os patrões fazem suas retiradas sobre os lucros e não são tributados, enquanto nós pagamos Imposto de Renda sobre a PLR que recebemos”, prossegue. “Nossa reivindicação é ter o mesmo tratamento”, explica.

“Os impostos são importantes, pois com eles o governo realiza obras públicas e projetos sociais. Mas queremos mudanças para aliviar a carga tributária dos companheiros, que é desigual”, afirma Sérgio Nobre.

Equiparação
O Sindicato quer aprimorar o pagamento da PLR para que a conquista reverta inteiramente para os trabalhadores e para a sociedade através do aumento do consumo. Do jeito que está, o pessoal acaba sendo prejudicado.

“Um trabalhador que recebe PLR de R$ 4.000,00 sem dependentes, vai pagar R$ 407,22 de Imposto de Renda. Já um investidor que tiver R$ 4.000,00 dividendos (lucros) na Bolsa de Valores não paga Imposto de Renda. É uma injustiça”, frisa o presidente do Sindicato.

Ele lembra que a Constituição de 1988 define a PLR como um instrumento de equiparação com o acionista, que retira o lucro da empresa. “No processo de regulamentação da PLR, o governo FHC alterou o texto original e anulou essa tese, passando a taxar a PLR com o Imposto de Renda, penalizando os trabalhadores. Agora, queremos recuperar o entendimento original do texto constitucional”, conclui Sérgio Nobre.

“Acho que o Imposto de Renda deveria ser proporcional, pois a carga já é muito alta para o trabalhador. Esse dinheiro daria para eu adiantar a construção de minha casa. Ou comprar mercadoria, girando mais a economia”.

Fábio de Moraes Couto, o Madruguinha, operador de logística na Mercedes-Benz
“Seria bem melhor se não cobrassem imposto sobre a PLR. Esse dinheiro me ajudaria no orçamento do mês ou em uma viagem com a família no final de semana”.
Luiz Carlos Barros, operador de máquinas na Magneti Marelli

“Entendo que a cobrança de imposto é uma das formas de distribuir renda, mas a PLR não deveria ser tributada. Com o dinheiro que vai ser descontado eu compraria uma tevê nova para assistir a Copa do Mundo”.
Damião de Souza Barbosa, eletricista eletrônico na Mercedes-Benz.