Cai a desigualdade salarial entre metalúrgicos brasileiros
Luta da categoria mexe num dos fatores de competição entre empresas
Antonio Ledes
O presidente da CNM/CUT, Carlos Grana durante a apresentação do estudo com números da categoria
A média salarial dos metalúrgicos da CUT em todo o Brasil está menos desigual. Historicamente menor, o salário da categoria nas Regiões Norte, Nordeste e Sul cresceu mais que o dos metalúrgicos da região Sudeste entre os anos de 2005 e 2008.
A maior redução na diferença é observada entre um metalúrgico do Nordeste em comparação a um do Sudeste.
“O indicador é muito importante para a categoria no Sudeste porque estamos conseguindo mexer num dos fatores de competitividade das empresas”, apontou Carlos Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT, ao apresentar nesta quarta-feira,19, o estudo Uma Década de Mudança, com os principais números da categoria nos últimos anos.
Aliada à guerra fiscal dos anos 1990, o dirigente explica que salários menores em outras regiões é um atrativo a investimentos industriais em detrimento a regiões industrializadas como o ABC.
Comparação
Em dezembro de 2005, um metalúrgico nordestino ganhava R$ 862,23, ao passo que seu colega no Sudeste ganhava R$ 2.119,21. Ou seja, o salário do nordestino representava 40,7% da média no Sudeste.
Em dezembro de 2008, essa relação representou 51,2%. A média salarial do nordestino foi para R$ 1.241,05, enquanto a do metalúrgico no Sudeste ficou em R$ 2.423,19.
Luta
Para Grana, o que mais contribuiu para a redução da desigualdade foram as campanhas salariais unificadas, em especial a Se o preço é o mesmo, queremos salário igual, desenvolvida a partir de 2005 que reivindicou a equiparação salarial na categoria em todo o País.
Remuneração média dos Sindicatos Metalúrgicos filiados à CNM/CUT e comparação com a Remuneração média na Região Sudeste (2005 e 2008)
Fonte: CNM/CUT, Rais 2005 e 2008. Elaboração: DIEESE, 2010.
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