Greve continua mesmo com repressão


Militares fecham Sindicato e tentam acabar com a greve à força

As empresas estavam proibidas pelo governo de negociar e no 17º dia o Tribunal Regional do Trabalho declarou a greve ilegal e o Ministério do Trabalho decretou intervenção no nosso Sindicato. A greve, no entanto, continuou intacta.

Todas as fábricas estavam paradas.

O Exército interveio militarmente no ABC e tentou acabar com a greve à força, proibindo reuniões e assembleias. Lula e outros 15 dirigentes sindicais foram presos.

A resistência dos metalúrgicos sustentou-se na mobilização direta dos moradores no ABC e a Igreja Matriz São Bernardo tornou-se o local das assembleias gerais.

No dia 1º de Maio, quando a greve completou 31 dias, uma gigantesca manifestação reúne mais de 120 mil pessoas para comemorar o Dia do Trabalhador na Praça da Matriz.

Após a celebração de uma missa e tendo à frente líderes políticos e sindicais, mulheres e crianças, a multidão dirige-se em passeata até o Estádio da Vila Euclides, em desafio às proibições da PM.

Ou a repressão recuava ou haveria um banho de sangue de consequências imprevisíveis. Mas o Exército e a polícia se retiraram, abandonando a cidade, que viu uma de suas maiores manifestações de 1º de Maio.