Tribuna Metalúrgica traz edição especial sobre homenagem à trabalhadores mortos na ditadura

Edição desta quarta-feira, dia 7, será toda dedicada ao memorial "Pessoas Imprescindíveis"

A ditadura militar torturou e assassinou quem se opôs a ela. Três metalúrgicos do ABC e um gráfico da região estão entre as vítimas. O Sindicato e a secretaria especial de Direitos Humanos da Presidência da República prestaram homenagem a esses companheiros na última segunda-feira, dia 5 de abril, em ato na Regional Diadema, que inaugurou o memorial “Pessoas Imprescindíveis”.

O memorial é uma iniciativa conjunta da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Fundação Luterana de Diaconia e a Agência Livre para Informação e integra o projeto Direito à Verdade e à Memória, conduzido pelo Governo Federal desde 2006 com o objetivo de recuperar e divulgar o que aconteceu durante a ditadura militar no Brasil – 1964/1985 -, período marcado pela violência e violações de direitos humanos.

A Tribuna Metalúrgica desta quarta-feira, dia 07, terá edição especial dedicada à homenagem prestada para esses companheiros.

Eles morreram na luta por um Brasil livre:

Devanir José de Carvalho (1943-1971)
Era metalúrgico em São Bernardo. Militou em diversas organizações e, com Coqueiro, em 69, vai para o Movimento Revolucionário Tiradentes. Foi preso em abril de 71, em São Paulo, e vai para o Deops. Morre depois de dois dias de tortura.

Joel José de Carvalho (1948-1971)
Gráfico, foi preso, torturado e trocado pelo embaixador suíço. Exilado, passou a viver no Chile. Fez parte de um grupo de refugiados que tentou entrar clandestinamente no País, junto com Daniel e mais quatro pessoas, pela fronteira Sul. Era uma armadilha. Os corpos dos seis nunca foi encontrado.

Daniel José de Carvalho (1945-1974)
Era motorista e torneiro mecânico em São Bernardo e Diadema. Assim como Joel, Foi do PCB, PCdoB, Ala Vermelha e VPR. Sumiu ao tentar voltar ao País pela Argentina.

Aderval Alves Coqueiro (1937-1971)
Metalúrgico, foi preso em maio de 69, ficando sete meses incomunicável. Fez parte dos presos políticos trocados pelo embaixador alemão Von Holleben. Foi para a Argélia e Cuba. Em fevereiro de 71 voltou clandestinamente ao Brasil e foi morar no Rio. Dois dias depois foi cercado e metralhado.