Metalúrgica, participe do seu congresso



O mês é da mulher e este é mais um motivo para as companheiras participarem do 2º Congresso da Mulher Metalúrgica. “Será um espaço de encontro para refletirmos sobre nossos assuntos e definirmos os meios para continuar nessa caminhada histórica em busca de igualdade”, diz Simone Vieira, coordenadora da Comissão da Mulher Metalúrgica.

O congresso terá nove convidadas que comandarão uma conferência, quatro oficinas temáticas e uma plenária de encerramento, todas focadas em reflexões sobre o tema Construindo a igualdade entre homens e mulheres. Uma dessas reflexões é da presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema, Jandyra Uehara, que participará da conferência As mulheres e os espaços de poder, na sexta-feira, 26 de março, às 9h.

Como as mulheres podem ocupar espaços de poder?
Precisamos mudar as relações de poder na sociedade. Nossa sociedade é capitalista, calcada na desigualdade, e isso se reproduz nas relações entre homens e mulheres. Temos de promover uma mudança profunda da estrutura da sociedade.

Essa desproporção na divisão de poder também é vista no mundo do trabalho?
É mais difícil a ascensão para as mulheres pelos motivos que já expus. Junto a isso, temos de superar também a cultura machista das relações de trabalho e os nossos compromissos com a dupla jornada, que é o trabalho em casa.

No serviço público isso vem mudando. Em áreas sociais, grande parte das funções e dos cargos de direção é ocupada por mulheres. Aqui em Diadema somos 90% na educação e 70% na saúde. Nossa categoria é composta por 69% de mulheres. Com as novas garantias sociais da Constituição de 1988, aumentou muito a participação da mulher no mercado de trabalho (veja abaixo).

E como é para uma mulher liderar um Sindicato?
Não enfrentamos dificuldades porque nossa base é predominantemente feminina. No entanto, a maioria de nossos sócios é homem e eles participam um pouco mais das atividades sindicais.

Conseguimos manter a mesma proporção de mulheres da base em nossa direção, mas essa situação não é vista no movimento sindical como um todo. O sindicalismo ainda é um universo masculino.