Direção da Lawes abandonou empresa, informa jornal

Os trabalhadores não recebem e os sócios e diretores não aparecem na fábrica de São Bernardo

Os funcionários da Lawes, de São Bernardo, que estão com salários atrasados desde dezembro, foram abandonados pela direção da companhia.

Há informações de que a fabricante de máquinas para o setor farmacêutico, que enfrentou greve no ano passado, vinha deixando de honrar compromissos desde 2006. Segundo cálculos do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, as dívidas chegam a R$ 20 milhões e incluem o não recolhimento de encargos sociais (como Imposto de Renda, Fundo de Garantia e contribuição ao Instituto Nacional de Seguro Social), salários e benefícios atrasados.

A situação vem se complicando. Desde o último mês de 2009, os trabalhadores não recebem e os sócios e diretores não aparecem na empresa. Procurados pelo Diário, os representantes da companhia não foram localizados para comentar a situação até o fechamento desta edição.

Os 22 funcionários que restaram – chegaram a ser mais de 100 até 2003 – buscam dar continuidade ao processo produtivo, mesmo sem salários, mas o acúmulo de dívidas torna difícil a manutenção da atividade.

Eles têm contado com a solidariedade e doações de empregados de outras companhias da região para sobreviver. Falta dinheiro até para pagar a conta de luz da empresa, cita o diretor do sindicato Antonio Guarrido Filho.

Ele acrescenta que o mercado na área de produção de máquinas para laboratórios não é tão grande no País, o que colabora para que outros pedidos continuem a entrar. Com isso, mesmo com o nome sujo da companhia, devido às dívidas fiscais, previdenciárias e outras, há procura pelos serviços da empresa, e os funcionários rateiam parte dos recursos que entram.

O sindicato prepara processo de rescisão indireta. Também há a perspectiva de os trabalhadores entrarem com pedido de falência. Uma das metas, caso não haja reversão do quadro, é criar cooperativa de ex-funcionários da Lawes para fazer a fabricação dos produtos em regime de autogestão – o que também dependeria de decisão favorável da Justiça.

Diário do Grande ABC, publica na quarta-feira (17/02/2010)