Centrais sindicais propõem reajuste de 7,72% para aposentados em 2010

O presidente Lula já disse que, se as centrais concordarem em um índice que caiba nas contas, poderá dar um reajuste maior. O governo havia proposto um aumento real de 50% do crescimento do PIB, o que daria 6,19%

As centrais sindicais chegaram na segunda-feira (23) a uma proposta única de reajuste para os aposentados que ganham mais que o salário mínimo. O índice é de 7,72% para 2010, igual à inflação acumulada deste ano, prevista em 3,64%, mais 80% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2008.

O índice é menor que os 9% que serão aplicados ao salário mínimo. Os aposentados e parte das centrais queriam um aumento igual a esse. As centrais também exigem o fim do fator previdenciário, inclusive do fator 85/95, que já havia sido aprovado pela CUT e pela Força Sindical em um acordo feito em agosto.

Lula já disse que, se as centrais concordarem em um índice que caiba nas contas, poderá dar um reajuste maior. O governo havia proposto um aumento real de 50% do crescimento do PIB, o que daria 6,19%.

As centrais também definiram que o cálculo do benefício deve ser pela média longa, que leva em conta as 80% maiores contribuições feitas pelo segurado desde julho de 1994. “Não é justo aplicar a média curta, que usa as últimas 36 contribuições, como prevê o projeto que está no Congresso”, disse Artur Henrique, presidente da CUT.

As centrais sindicais devem se reunir nos próximos dias com o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, para apresentar a proposta. O governo não comentou.

Para garantir a extinção do fator previdenciário, sem um novo índice redutor no lugar, o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) aceita alterar a regra do projeto do fim do índice que havia sido aprovada no Senado e está pronta para ser votada na Câmara dos Deputados. “Alterar a regra da média curta para a longa, como querem as centrais e os aposentados, não é nenhum problema. O que não pode é o governo querer forçar uma regra que continue reduzindo o valor das aposentadorias”, disse.

Do Agora