Artigo: Saúde e trabalho, desafios para as mulheres

O trabalho e a saúde das mulheres

Saúde é antes de mais nada uma questão social, cultural e coletiva. Já a doença é um evento particular, que envolve a pessoa doente, os profissionais da área médica e os familiares mais próximos.
Saúde é uma preocupação de todos, mas sua perda é uma questão quase individual.
Saúde está ligada ao trinômio atividade, repouso e alimentação. A doença está ligada ao excesso de atividade, à insuficiência do descanso e à má qualidade da alimentação.
O trabalho é, para a mulher trabalhadora, bem como para o homem trabalhador, uma fonte de atividades que tem relação direta com a saúde. Sua intensificação exige mais descanso e uma melhor alimentação, mas essas possibilidades têm limites.
Além disso, o trabalho contém outras características capazes de acrescentar novos componentes nessa relação, tornando-a mais complexa e difícil de entender.
No trabalho das mulheres encontramos, comumente, uma gestão mais autoritária, mais opressora, uma baixa possibilidade de cooperação, um ritmo de trabalho intenso, monotonia, alta exigência de atenção; enfim, tudo aquilo que caracterizamos como um trabalho penoso.
Isso se agrava, ainda mais, quando consideramos que o trabalho da mulher acaba tendo níveis menores de valoração e reconhecimento, ainda que isso não tenha outros motivos senão a discriminação, o machismo e os preconceitos.
Dessa forma, saúde e produtividade, por se colocarem como temas opostos, vão representar um grande desafio para as mulheres.
Estabelecer e contratar os índices de produtividade que as empresas necessitam para serem competitivas deve combinar com saúde e vida das trabalhadoras e também com maior valorização e reconhecimento.
Conquistar melhores postos de trabalho em toda hierarquia organizacional é o desafio a ser encarado pelas nossas guerreiras, as mulheres metalúrgicas do ABC.

Departamento de Saúde do trabalhador e Meio Ambiente