Operário comunista ganha prefeitura mas não leva

Santo André
Operário comunista ganha prefeitura mas não leva
No dia 9 de novembro de 1947, Armando Mazzo tornou-se o primeiro operário comunista eleito para um cargo executivo no Brasil.
Ele ganhou a prefeitura de Santo André com 6.483 votos, 33% do total. Ganhou, mas não levou.
O mundo entrara na Guerra Fria – a disputa entre Estados Unidos e a extinta União Soviética – e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o registro do Partido Comunista do

Brasil (PCB).
Perseguidos, os comunistas concorreram pelo Partido Social Trabalhista (PST). Conhecidos como os “candidatos de Prestes”, eles conseguiram bons resultados.
Mas, a vitória de Mazzo provocou reação. Partidos entraram com recurso no TSE alegando que era “inconcebível que um governo no coração do parque industrial fosse entregue a
um comunista”.
Clandestinidade
Em resposta, no dia 31 de dezembro de 1947 o TSE anulou todos os votos conseguidos pelo PST em Santo André.
Na manhã seguinte, a cidade amanheceu ocupada por soldados e pela cavalaria da Força Pública. Um grupo tentou organizar uma passeata de protesto, mas foi reprimido.
O centro de Santo André virou um campo de batalha, com feridos e presos.
No dia 10 de janeiro, a Câmara Federal aprovou a cassação de todos os comunistas eleitos. Com isso, Armando Mazzo jamais conseguiu assumir o cargo para o qual fora eleito.

Armando Mazzo fotografado em 1947, ano em que foi eleito