Campanha Salarial: Metalúrgicos e G10 não concluem negociação

A Federação Estadual dos Metalúrgicos pediu à bancada patronal que elabore uma proposta que contemple as reivindicações da categoria

Terminou sem acordo a rodada de negociação entre a FEM-CUT e a bancada do G10 (que reúne os sindicatos patronais dos setores de lâmpadas, material bélico, estamparia, equipamentos odontológicos entre outros), realizada na tarde de quinta-feira (5), na sede da FIESP.

A bancada patronal não avançou nas principais reivindicações da FEM, que são a mudança data-base da categoria, de 1º de novembro para 1º de setembro, e a inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho da cláusula que garante estabilidade no emprego até a aposentadoria para o trabalhador portador seqüela de acidente do trabalho e doença profissional – direitos conquistados nas demais bancadas patronais e somente no G10 esta cláusula tem sido debatida judicialmente, desde 2002.

O G10 também não se posicionou sobre a proposta econômica de reposição da inflação do período da data-base e mais 2% de aumento real nos salários, proposta pela FEM. “Estas reivindicações são importantes para a categoria metalúrgica. Dissemos ao G10 que elabore uma proposta que contemple a nossa pauta”, ressaltou o presidente da FEM-CUT, Valmir Marques, o Biro Biro, que coordenou a rodada de negociação.

Avanços Sociais

A bancada patronal concordou em avançar na melhoria de algumas cláusulas sociais. Sobre o direito “às garantias sindicais”, o dirigente sindical ganhará mais um dia para fazer cursos. A CCT hoje assegura o período de oito dias e com a alteração passará para nove. Já o DSR (Descanso Semanal Remunerado) teve a seguinte mudança: hoje o trabalhador tem o direito de atrasar até 30 minutos por semana, e não perde o DSR; a nova redação permite que ele possa atrasar até duas vezes por semana, desde que a somatória desses atrasos não ultrapasse os 30 minutos.

Com relação ao jovem aprendiz, as fábricas dos setores do G10 poderão selecionar estudantes de escolas particulares de ensino profissionalizantes, desde que tenham convênio com as empresas. A CCT hoje prevê a possibilidade de seleção apenas com estudantes do SENAI.

Outros avanços são a “Promoção ao 1º emprego”, na qual a empresa assumirá o compromisso de dar oportunidade para os jovens da faixa etária de 18 a 24 anos, sem experiência comprovada em carteira e a divulgação de informações ao (à) trabalhador (a) recém-contratado (a) tais como os riscos nos locais de trabalho e a representação sindical.

Negociação e base territorial

A negociação com a bancada do G10 está suspensa, a Federação pediu à bancada patronal que elabore uma proposta que contemple as reivindicações da categoria. A FEM representa cerca de 15 mil metalúrgicos nos setores do G10 em todo o Estado e a data-base é 1º de novembro – último setor em Campanha Salarial na base da FEM neste ano.

Da FEM-CUT