Passeata de bancários pinta de vermelho ruas do Centro

Centenas de trabalhadores chamam atenção da população, durante o 13º dia de greve, para falta de respeito dos bancos nas negociações da Campanha Nacional

Uma grande passeata pintou de vermelho as ruas do Centro Velho de São Paulo. Cerca de 1.500 bancários marcharam nesta terça-feira (6) para pressionar os bancos a apresentar uma proposta decente para as reivindicações da categoria, que completou 13 dias em greve. Com cornetas, apitos, bandeiras e faixas, os trabalhadores chamaram a atenção da população para a falta de respeito dos bancos nas negociações.

Ao som da bateria da escola de samba Tom Maior, os bancários seguiram atrás de um trio elétrico que fazia paradas estratégicas na porta de cada banco por onde passava. Os heróis da Superliga dos Bancários, criados pelo Sindicato para esta Campanha Nacional, também marcaram presença por meio de centenas de máscaras que os trabalhadores usavam para se proteger de represálias, colorindo ainda mais a caminhada.

“Essa é uma grande demonstração de força dos bancários, que estão construindo uma das maiores greves da categoria. Precisamos agora ampliar ainda mais as paralisações, porque só com pressão os bancos vão atender as nossas reivindicações”, disse o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, durante a passeata.

Um bancário da Caixa Federal que acompanhou todo o percurso acredita que este tipo de protesto pode obrigar os bancos a melhorar a proposta. “Eles não estão nos levando a sério, acho que está faltando pressão. Na minha agência mesmo teve bancário que não aderiu à greve e está trabalhando. Precisamos discutir mais com os colegas”, comentou.

Já outra empregada da Caixa diz que sua agência está 100% parada e revela que o banco já começa a pressionar os bancários para voltar ao trabalho. “Recebi uma convocação da empresa para retornar amanhã. Mas vou ignorar. Os bancos precisam atender nossas reivindicações porque a proposta que apresentaram e nada é a mesma coisa”, afirmou.

Um jovem bancário do Itaú se surpreendeu com a força da greve. “Estou surpreso com a mobilização e estou vendo que ela está crescendo a cada dia.”. Já um colega da Nossa Caixa acredita que a pressão abra o canal de negociação. “Estamos entrando numa semana complicada pelo fato de ser período de pagamento de aposentados. Por isso acredito que os bancos vão começar a sofrer com a pressão dos clientes e aí vão nos chamar para negociar”, prevê.

Do Sindicato dos Bancários de SP