Metalúrgicos do ABC protestam no Consulado do Japão contra demissões na Makita, nesta quinta-feira

Presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, será recebido pelo cônsul-geral japonês para pedir que ele interfira junto à multinacional japonesa, que fechou a fábrica de São Bernardo e demitiu 285 trabalhadores. Sindicato também encaminha denúncia formal contra a empresa à OCDE

Os metalúrgicos do ABC fazem manifestação nesta quinta-feira (01/10), a partir das 9h, em frente ao Consulado Geral do Japão (na avenida Paulista, 854, em SP) em protesto contra a multinacional japonesa Makita, que fechou a sua fábrica em São Bernardo do Campo e demitiu todos os 285 trabalhadores, no início de setembro.

Durante o ato, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, será recebido pelo cônsul-geral do Japão em São Paulo, Kazuaki Obe, às 10h, para solicitar ao diplomata que interceda junto à Makita pelos funcionários demitidos. Sérgio estará acompanhado de Valdenice Moreira da Silva, que, apesar de grávida de 5 meses, foi demitida pela empresa.

Sérgio Nobre entregará ao cônsul carta na qual é relatado o histórico do fechamento da Makita em São Bernardo. O documento pontuará, entre outras informações, que a empresa não tem responsabilidade social e agiu de má-fé ao fechar a fábrica e demitir os funcionários, apesar de garantir que não o faria. E repetiu o erro ao descumprir acordo firmado pós-fechamento que ampliava benefícios dos demitidos.

DENÚNCIA NA OCDE – O Sindicato também está encaminhando à OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) denúncia formal contra a Makita. O documento alega violação do item 7 das Políticas Gerais previstas no Capítulo II das Diretrizes e do item 6 do capítulo IV – Emprego e Relações Industriais – devido à omissão de comunicação de encerramento das atividades produtivas e transferência da planta de São Bernardo para outro Estado.

A OCDE é uma organização internacional e intergovernamental que agrupa os países mais industrializados. Com sede em Paris, os representantes dos 30 países- membros se reúnem para trocar informações e definir políticas voltadas ao crescimento econômico e o desenvolvimento dos países que participam da organização. É um foro de interlocução e negociação sobre uma vasta gama de temas econômicos e regulatórios.

O Brasil não é país-membro da OCDE, mas coopera com a organização desde a década passada e integra vários de seus comitês.

HISTÓRICO CASO MAKITA –  Desde 2004, quando a Makita iniciou a construção de uma planta em Ponta Grossa, no Paraná, começaram os rumores de que a unidade de São Bernardo seria fechada. O Sindicato mantém conversas com a empresa desde aquela época e sempre foi informado pela direção da Makita que a fábrica não fecharia nem demitiria os funcionários da planta no ABC, que apenas estava expandindo seus negócios.

Após o fechamento inesperado e mobilização dos dispensados em São Bernardo, novamente o Sindicato procurou a empresa que, pressionada por protestos e até apelo do Poder Público local, concordou em firmar acordo que garantia ampliação de pacote de benefícios aos demitidos e solução para os casos de trabalhadores que não poderiam ter sido dispensados – período pré-aposentadoria, grávidas, portadores de doenças ocupacionais. A empresa mais uma vez descumpriu o acordo e os trabalhadores voltaram a protestar em frente à fábrica, onde permanecem acampados.

FICHA TÉCNICA

Protesto contra fechamento e demissões na Makita
Quinta-feira 1° de outubro de 2009
A partir das 9h
Às 10h – presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, se reúne com cônsul do Japão
Consulado Geral do Japão – avenida. Paulista, 854, Bela Vista, São Paulo
  

Da Assimp