Greve em Curitiba já dura 15 dias

Os trabalhadores na fábrica da Volks em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, completam hoje 15 dias de greve buscando um acordo que elimine as diferenças salariais entre eles e os metalúrgicos nas montadoras em Taubaté e em São Bernardo.

Durante o movimento, esses companheiros já rejeitaram proposta com 4,4% de reposição, 3% de real e R$ 2.000,00 de abono, uma vez que eles querem da empresa o compromisso de criar um plano de equiparação salarial.

Lá, os trabalhadores da linha alcançam o teto de R$ 1.572,86 da tabela salarial depois de três anos no emprego, e param por aí. Um valor bem inferior aos R$ 3.358,00 que o pessoal em São Bernardo e Taubaté atinge no teto da tabela na mesma função.

“Os companheiros estão revoltados porque o salário daqui é a metade”, comentou ontem Jamil Dávila, secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Argumento falso
“Queremos que a Volks abra a discussão sobre a tabela salarial, mas até agora ela resiste”, disse. Jamil afirmou que nestas duas semanas nenhum carro foi produzido e que o movimento continua forte.

“A companheirada quer igualar seus salários com Taubaté e São Bernardo e só vai voltar ao trabalho quando a montadora se dispuser a discutir a redução dessa diferença”, concluiu, fazendo coro com a bandeira dos metalúrgicos da CUT de que se o preço do carro é igual, o salário também deve ser.

O secretário geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, disse que eles estão no caminho certo. “É bom ver esses companheiros lutando para ter o mesmo salário que o nosso, pois todo ano somos cobrados dessa diferença na mesa de negociação”, comentou.

As montadoras alegavam que o salário era menor nessas cidades por causa do custo de vida menor, até que pesquisa do Dieese mostrou que esse argumento não é verdadeiro.


Trabalhadores querem salário igual ao pago pelas montadoras de Taubaté e São Bernardo